quinta-feira, 31 de maio de 2012


NOSSO FUTEBOL – Primeira parte

Garimpando informações sobre o surgimento do futebol em nosso município, mantive diversos contatos com pessoas que, seguramente, são os pioneiros nessa arte tão antiga de diversão, em nosso município. Antônio Dedinho, Zé Brasil e Dedim, são tidos como os fundadores do Ipiranga da Bela Vista. Afirmam esses que nos anos 60 o vigoroso atleta Rebeca fundou, com a ajuda de outros amigos, o Volante F.C., esse time era tido como verdadeiro “Bicho Papão” do esporte local, uma equipe imbatível. Seus principais atletas eram: Cabo Batista e Cãozinho, como goleiros; Didiu, Nonato Pinto, Mocozinho, Santo do Rito, Zé Ventinha, Itamar, João Sura, Agerson, Chico da Filinta, Orleans Pinto, Peixe, Viradinha, Budo, Raimundo Dentão, João Panguêta e outros.
O Volante FC, reunia-se na Rua do Açude - (posteriormente, na Rua Fausto Pinheiro). Não tinha adversário, pois os outros times daquela época não reuniam condições técnicas para enfrentá-lo. Essa era a principal razão dos poucos jogos que realizava. Com o passar do tempo, Zé Brasil, atleta baixinho e desengonçado, mas de “um grande” futebol, quando “apoderava-se” da bola, pegava-a com tanta intimidade que dava inveja a muitos jogadores famosos. Seus dribles secos faziam lembrar um Rivellino ou mesmo um Zico. Fazia o que queria com “gorduchinha”; gaba-se de nunca ter perdido uma cobrança de pênalti.
Muito bem, Zé Brasil pegou o Volante FC, até então comandado por Rebeca e fez desse time uma verdadeira seleção, trouxe para seu quadro de atleta, o lateral Macau, e o goleiro Cabo Batista, do Comercial FC., assim transformou o time em uma grande equipe com o crescimento do Volante, surgiu a idéia de formar-se uma Seleção, que representaria Itapajé, nas disputas do Intermunicipal. Esse fato fez despertar o interesse pelo futebol, de alguns grandes comerciantes de Itapajé.
Fundaram em seguida, o Comercial FC., com o intuito de enfrentar o imbatível Volante FC. A frente do Comercial estava o comerciante Antônio Araújo Cruz, (Tony Cruz) que de imediato desafiou o time do Zé Brasil, o Volante FC, para um jogo tira-teima, para ver quem era o melhor.
O Comercial era uma equipe formada por bons jogadores. Marcado o grande jogo, começaram a surgir problemas, os goleiros do time não eram muito bons. Como para tudo, sempre se dá um jeitinho, na política e no futebol, em especial, surgiu, portanto, uma “grande idéia” do Clodoaldo Gomes (José Gerardo de Sousa, filho do Sr. Pedro Pereira de Sousa), o mesmo achou por bem trazer seu irmão, Sebastião Neto (na época estudante de Direito, em Fortaleza), que jogava, como goleiro, no Calouros do Ar, de Fortaleza, para ser o novo goleiro do Comercial. A chiadeira foi geral. Não se admitia a presença de um goleiro profissional, jogando em um time totalmente amador. Aí é que as “habilidades” de Clodoaldo foram colocadas em prática e este conseguir manter seu irmão como titular do Comercial.
O grande dia finalmente chegou. O campo era o atual Estádio Municipal Deputado Raimundo Vieira Filho, na época sem muros e com a disposição do campo no sentido leste-oeste (hoje norte-sul). Os jogadores do Volante FC. usavam um terno tricolor, já o Comercial era todo branco. Os jogadores não usavam chuteiras, como proteção para os pés usavam tornozeleiras brancas. Todo o material era comprado pelos próprios atletas.
O jogo transcorreu tranqüilo, muito equilibrado, ao final o Volante FC. Venceu com o placar de 3 x 2. Não se sabe ao certo quais as escalações dos dois times, no entanto o VOLANTE tinha em seu quadro, os seguintes atletas: Cabo Batista, Macau, Rebeca, Zé Gota, Pé de Coã, Zé Filó, Vieira, Zé Brasil, Uchôa, Haroldo, Zé Pereira, Itamarzinho, Gevan, Domingos, Luis Queira e Galba.
O COMERCIAL era formado por: Sebastião Neto, Jauro Candinho, Paulo Vieira, Aurimar, Dedé do Mestre Jonas, Geraldo Fonseca, Lau, Diassis Ferreira, Expedito Verdinho, Dedin, Tarcisio Ferreira, Edilson Bacia e outros.
O fato curioso dessa disputa foi que, logo após o término do jogo, o Comercial extinguiu-se, como time de futebol. Seus jogadores, juntamente com alguns do Volante formaram a partir de então, a Seleção Itapajeense de Futebol, que contou com o comando do Dr. Isaac Sombra.
O Volante FC., no entanto, continuou sua trajetória de vitórias. Aproveitando-se da dissolução do COMERCIAL “contratou” os atletas: Lau e Diassis. Contratou também Zé da Bolsa, Cavalcante, Bodão, Pitiorró, Dedin, Carlito, Antônio Lucas (goleiro) e muitos outros. O Volante era um time de uma disciplina muito rígida. Tinha um lema: Jogador que chegasse atrasado à concentração estava fora daquela partida. Jogador expulso de campo era sumariamente excluído do time. Zé Brasil afirma que somente um jogador foi expulso do seu time, foi Cavalcante. No entanto, porém foi-lhe dada uma Segunda chance.
Sabe-se que existiu também um time chamado AJATO, que tinha como goleiro o Leodoro Bastos - (pai do Wilson e Gilson) e o Castelo – (Camilo Castelo Félix), zagueiro muito bom, porém muito violento. Dizem que quando um dirigente ou mesmo um torcedor o incentivava a “quebrar” algum jogador, esse não vacilava, e fazia o “serviço”. Quem comandava o AJATO era Mozart Deano, já falecido.
Os juízes de futebol de Itapajé eram: Castelo Felix, que foi um dos primeiros, seguido pelo professor Eudes Magalhães, Geová Guarda, Itamar Monteiro, Chicão Bastos, filho do Conceição Bastos; Clodoaldo Gomes, Gerardo Tabosa, “Seu” Tico e muitos outros.
Camilo Castelo Félix, em entrevista que fiz com ele e, agosto de 1999, lembrou-me que em 1935 ou 36, existiu um time de futebol chamado São Francisco, composto dentre outras pessoas, por: Leodoro Bastos, Carlos Bandeira, Zezé Chaves, Viradinha, Leonardo e outros.
Contam-se que Chico do Conceição Bastos, fervoroso torcedor do Fortaleza E.C., tinha por hábito, quando apitava uma partida de futebol, carregar consigo seu radinho de pilhas, principalmente quando seu time do coração, o Fortaleza, jogava muito se emocionava. Numa dessas ocasiões Chico foi convocado apitar um jogo local, por coincidência os times fizeram gol ao mesmo tempo (o Fortaleza e o time local) e Chico muito radiante, por seu time ter feito um gol, coincidiu que o time local também sofreu um gol. Chicão vibrando muito (pelo gol do Fortaleza) corre para o centro do gramado pulando de alegria, nem se tocava que o time local também era que sofrera o gol. Todos os jogadores do time de Itapajé correram atrás do juiz que torcia contra a seleção de sua própria terra, reclamando com esses termos: Juiz torce pelo gol do adversário é ladrão!
Posteriormente surgem  mais alguns  times de futebol em Itapajé, dessa vez era o DRAGÃO DO AÇUDE, do Zé Madalena (diga-se, a titulo de esclarecimento que este cidadão veio posteriormente a disputar uma cadeira de deputado, acho que nas eleições de 1988, não obtendo votos suficientes para elegê-lo); o AMARELÃO (Clodoaldo Gomes); IPIRANGA (do Dedinho Felício) e outros.
Em se tratando de seleção, Itapajé teve uma das primeiras, sob o comando de Isaac Sombra. Outra seleção foi também formada, sob o comando de Gerardo Bernardo, ambas não progrediram muito. Somente em 1981, sob o comando do Dr. Dimas Forte, é que Itapajé consegue seu primeiro titulo de campeão Intermunicipal. No ano de 1985, torna-se bi-campeão do Intermunicipal, agora já sob o comando de Sebastião Neto e Paulo Vieira, este último já falecido.
Com relação à arbitragem, Itapajé tem bons representantes. Clodoaldo Gomes, árbitro polêmico, não veio a ter uma carreira uniforme, no entanto é tido como o primeiro árbitro profissional. Sua carreira não foi longeva, apesar de brilhante. Segundo alguns, foi devido ao fato de só “apitar” quando bem queria. Outro representante é José Reinaldo, famoso árbitro da Federação Cearense de Futebol. Quando ainda jogador, em uma partida que disputava no distrito de Santa Cruz, como goleiro, tomou um verdadeiro “frango”, lá mesmo abandonou para sempre o futebol, passando a dedicar-se somente a arbitragem profissional, pela Liga Cearense.
Ainda sobre arbitragem, vale salientar a turma do futebol de salão onde Francisco Melo e Leonel (sofredor Vascaíno) também conseguiram um lugar de destaque em termos locais. Francisco Melo conseguiu destacar-se como árbitro, em Sobral. Já Leonel dedicou-se totalmente ao CESFA, que além de árbitro, exercia também, a função de Professor de Educação Física e Monitor das categorias inferiores do Colégio.
Itapajé conta hoje (Nota: este texto foi reeditado em 31 de maio de 2012 e as informações contidas nele, não estão atualizadas com dados de hoje, sim de algum tempo atrás), com um excelente quadro de árbitro e a criação da AAFAI - Associação dos Árbitros de Futebol Amadores de Itapajé é também afiliada da AAFORT, Associação dos Árbitros de Fortaleza, que tem como um de seus principais dirigentes, o famoso árbitro do Nordeste e do Brasil, José Reinaldo. A AAFAI foi  fundada em 1985 e desde sua fundação, cede seus árbitros  para o Intermunicipal de Futebol, bem como, para diversas cidades vizinhas. Sua primeira diretoria era formada pelos seguintes membros: Sousa Brito, de saudosa memória - (quem forneceu subsídios para a elaboração desta postagem), Presidente. Demais membros: Dimas Vieira; José Marcelino (Marcelo do PHS), Rodolfo Helder, Eliel Viana, Orleans Marcos, este já é profissional; Ivanildo  Mesquita, Humberto Uchôa. O lema da AAFAI era: “Trabalhar Sério e com dignidade”.
Outro fato curioso destaque. Foi no ano de 1986, a Seleção Itapajeense jogava em Itapipoca e tinha como juiz e bandeirinhas as seguintes pessoas: Clodoaldo Gomes; Manoel Ramos e Dimas Vieira. O campo estava muito escorregadio, chovera o dia todo. Num lance de contra-ataque, Dimas estava atento ao “ponta direita” do Itapipoca. Este recebe um lançamento e, célere, parte rumo ao gol de Itapajé. Dimas, com a intenção de melhor posicionar-se, a fim de observar possível impedimento corre paralelamente ao jogador e sem muito prestar atenção ao chão, topa em um montinho de terra, escorrega e caiu vergonhosamente. Devido ao estado do campo, achar-se muito escorregadio, projeta-se com os peitos no chão, por pelo menos cinco metros. A cena faz com que toda a “galera” volte-se para o ocorrido. As gargalhadas e as vaias foram uníssonas, foi hilário. Até nos dias de hoje, quando se falam desse ocorrido, todos riem.
Nos anos setenta (1970), no antigo campo do Prado, onde funcionava o campo da municipalidade, sob o comando de Airton da Senhorinha, já falecido) e de Raimundo Nonato “Velho”, surgiu o famoso “Racha da Piçarra”. Mas, a época, todas as sextas feiras, a turma do bairro do Cruzeiro, representado pelo Bandeirantes FC, que tinha em sua formação, os idealizadores desse racha: Pêba, Antônio Gonçalo, Diassis do Padre, Carlitão, Antônio Piaba, Batista do Mancha, Chagas Garçom, Diassis Pereira, Haroldo, Airton, Raimundo Nonato,  Pé de Coã e muitos outros.
Na década seguinte, a de oitenta, surgiu a “Geração dos Pebas”, com atletas da família Deano. Muitos se destacaram, Pebinha (Zé Clerber), famoso por só chutar de “Bico”, Cláudio, Elmo e Telmo. Influenciado por esses atletas, surgiu o América FC, fundado e discutido no calçadão da Igreja Matriz, ponto de encontro da família, bem como também, o fórum de debates do futebol local. Além das “discussões” sobre futebol, ali era também o local predileto para se ouvir, pelo radinho de pilhas, os jogos de futebol, principalmente do Fortaleza EC, time do coração da família Deano.
O América FC tinha os seguintes atletas: Airton, Batista, Zé da Bolsa, Diassis e Pé de Coã, Baia, Telmo e Cláudio; Aurino, Haroldo e Zé Cleber.  A partir de 1985, agora já sob o comando de Baia, Bodão, Manoel Rolinha, Modelo, Muá (Manassés Lira) e Pacheco; consagrou-se finalmente o “Racha da Piçarra”. Grande era a disputa pelos melhores resultados, principalmente pela artilharia. Havia uma verdadeira “Guerra” entre Muá e Pacheco, também conhecido nos meios esportivos, por “Papan”; para saber a quem deveria ser atribuído o titulo máximo de artilheiro.
Conversando com meu compadre Pacheco, este me garantiu que o titulo deveria ser-lhe entregue, pois durante todo esse tempo ele já teria marcou aproximadamente 800 gols, sendo que só no ano de 1997 foram 51 gols, devidamente anotados os dias e os detalhes dos mesmos. Em novo contato que mantive com Pacheco em 4 de julho de 1998, ele disse-me que até aquela data, só durante aquele ano, já fizera 28 gols. Essa estatística do Pacheco é veementemente contestada pelo Tico (Francisco de Assis Mesquita) alega que esse número é infinitamente menor, apesar do Pacheco ser um bom jogador e para confirmar esses números, paga rodadas e mais rodadas de bebida, para que toda a equipe faça lançamento, na “Banheira”, evidentemente, afim de facilitar os gols do Pacheco.
No final de cada ano, em clima de confraternização, acontecia a prestação de contas dos artilheiros, com isso o “Racha” transformava-se uma verdadeira festa. Dizem que “Papan”, o Pacheco, fazia gols por baixo e por cima, de canela, bumbum, valia até os feitos com as mãos. É bem “provável que Maradona, o da Argentina tenha-o imitado nessa maneira de fazer gol!
Por outro lado, tínhamos também o “Muá”, Manassés Lira, que além de excelente cabeçeador, tinha um violento chute de canhota. Era um verdadeiro gozador e não tinha a menor cerimônia de auto-intitular-se como o maior jogador da piçarra de todos tempos. Quase sempre, antes do inicio das partidas, faziam-se diversas apostas para saber qual o time era o melhor.
O acontecimento mais pitoresco e que inclusive faz parte do calendário folclórico de Itapajé, era o “Racha das Peruas” contra os “Marmanjos”.  Quase sempre, ao final, venciam as “Peruas”. Para comemorar, qualquer que fosse o resultado, no final do jogo, para “bebemorar” à vitória, corria um verdadeiro “Rio de Cachaça”, no bar do Bodão, na época, 1998, de propriedade do “Vela Branca”, tudo era acompanhado de um gostosíssimo tira gosto: carne de sol, especialidade da casa.
Outro fato que merece destaque era o jogo disputados entre “Os Solteiro e Os Casados”, nesse sempre houve um equilíbrio muito bom, os resultados sempre se alternavam. Mas, ao fim do jogo, para comemorar o resultado final, qualquer que fosse, havia um desfile dos times pelo bairro do Cruzeiro e outros; com carreata e até filmagem.
Na década de noventa (1990) surgiu o Castanhola FC, comandado pelo Pacheco, destacando-se como um dos principais times do município. De seus quadros já saíram diversos jogadores para a Seleção de Itapajé. Destaquem-se os seguintes atletas: Dizar, Jotinha, Pilunga, Cláudio Brandão, Baia e outros. O Castanhola, no entanto, teve vida efêmera, e extingui-se ainda nesta mesma década. Porém o racha da Piçarra continuou firme e forte, por muitos anos, apesar da má qualidade do campo, principalmente pelo crescimento do bairro, que invadiu o espaço do campo ficando com dimensões abaixo do ideal para a saudável prática do esporte Bretão.

Abaixo os principais times, com seus respectivos fundadores ou beneméritos:

AJATO FC                   - Mozart Deano
VOLANTE FC              - Rebeca                                 
VOLANTE (2)              - Zé Brasil
COMERCIAL FC                   - Tony Cruz
DRAGÃO FC               - Zé Madalena
AMARELÃO                - Clodoaldo Gomes
LEÃO DO MERCADO - Evandro e Sebastião Neto
IPIRANGA FC             - Dedinho
RESTO DO MUNDO   - Canhão
INTERNACIONAL      - Pedro Zacarias
KAMADEIRA              - Karranca
ALTO ESPORTE                   - Brito
CASTANHOLA           - Pacheco
BAHIA FC                    - Zeca Louro
SÃO CRISTÓVÃO       - Nivardo
SANTA CRUZ FC        - Zé Maria
NOVA ESPERANÇA   - Das Chagas
GRÊMIO FC                 - Zé Madalena
CRUZEIRO FC             - Panticão
JUVENTUDE               - Dona Nêga
NOVO AMERICA        - Mardônio Lira
PALMEIRAS                - Paulo Sura
CRUZEIRO ESPORTE - Pedro Guimarães.

Em postagens futuras acrescentarei mais informações sobre nosso futebol. Cabe-me ainda, esclarecer que tenho pouquíssimos conhecimentos sobre o futebol, por isso, antecipo desculpas por informações pouco precisas, ou imprecisas, já que o conteúdo acima foi “montado”, a partir de informações fornecidas pelo Sousa Brito. Até a próxima postagem, quando falarei sobre: Itapajé FC, campeonatos e títulos. Vou pedir ajuda aos “Papas” do futebol de Itapajé: Tabosa Filho, Geraldinho Carneiro, Joel Oliveira e outros. Abordarei também as leis e o Estádio Vieirão. Até lá!

Ribamar Ramos
Boa noite / Bom dia
31 de maio de 2012

FRASE DO DIA

“O que finalmente eu mais sei sobre a moral e as obrigações do homem devo ao futebol...” Albert Camus – (7/11/1913 – 4/4/1960) escritor, romancista, ensaísta, dramaturgo e filósofo francês nascido na Argélia.

terça-feira, 29 de maio de 2012










A IGREJA MATRIZ E QUEDA DE SUA TORRE

Quando efetuado o Censo de 1857/58, o município de Santa Cruz contava com uma população de 5.968 habitantes livres e 154 escravizados, perfazendo um total de 6.122 habitantes. O Vigário, o terceiro da recém-criada Paróquia era o Padre ROGÉRIO JOSÉ CAVALCANTE, de 15/08/1850 a 26/09/1879. Colado, era irmão de seu antecessor: Pe. Ernesto José Cavalcante, 2.º Vigário. Com seu longo eficiente paroquiato – 29 anos – pode-se dizer que a ele se deve o assentamento definitivo das bases sólidas desta florescente Paróquia, que jamais desmentiu o seu passado de vida cristã, guardando com carinho e altivez o rico patrimônio de sua fé.
Posteriormente, quando da transferência da sede do município para São Francisco de Uruburetama, em 20 de julho de 1859, já havia neste núcleo uma acanhada Igrejinha que passou a servir de Igreja Matriz de são Francisco de Assis, seu padroeiro.
Muito modesta e mal localizada, para servir como Matriz. Fazia-se necessário, portanto à construção de um templo mais amplo. Daí veio à idéia de se construir uma nova igreja que viria a substituir à primeira.
Assim foi feito. Iniciaram a construção do novo templo, no início de 1870. dois anos após, apenas os alicerces estavam terminados. Os trabalhos prosseguiram lentos, mas, ininterruptos, finalmente em 1878 era inaugurada a nova Igreja Matriz de São Francisco de Assis, em substituição ao antigo Templo.
A nova Igreja Matriz era espaçosa e confortável. A fachada era composta por duas torres gêmeas. Na sua parte central formava-se uma cruz. Sobre essas torres existiam duas peças de metal, estilizadas em forma de dois galos.
Sabemos que uma das torres veio a desmoronar, 53 anos após sua construção, possivelmente por falta de manutenção. Isso ocorreu no dia 20 de abril de 1931, às 15:30 hs., sendo posteriormente, substituídas pela a fachada, com uma única torre,  medindo 36,20 metros de altura, sendo na oportunidade, reconstruído no Paroquiato do 8.º vigário, Pe. José Theógenes Gondim, (nasceu em 25/04/1904, ordenou-se em 14/08/1927. Vigário encomendado, começando o seu paroquiato em 1931), como veremos a seguir.
Antes, porém, vale lembrar que em 10 de abril de 1898, no paroquiato do Padre Philomeno do Monte Coelho, sexto vigário de São Francisco, de 15/05/1888 a 23/04/1903. Filho de Manuel José do Monte Coelho e de Maria Bernardina do Monte nasceu em Sobral em 15 de maio de 1855, ordenou-se no Maranhão em 27 de dezembro de 1881. Seu paroquiato iniciado em 1888, a Provisão que o nomeou, exonerava-o da freguesia de Sobral, (Aracatiaçu) - transferindo-o para São Francisco, é datada de 11 de setembro de 1888 – terça feira - conforme o Livro de Tombo desta Paróquia, em sua página 20V, foi transcrito pelo Pe. Carlos Antônio Barreto, do documento original assinada pelo bispo Dom Joaquim José Vieira.
O paroquiato desse sacerdote prolongou-se até 1903, quando deixou a paróquia, transferindo-se para Salvador (BA), aonde veio a falecer quase cego, em 23 de abril de 1939. Foi agraciado com o título de Camareiro Secreto do Papa. Sacerdote culto, grande orador sacro, maior realce e maiores benefícios poderia ter trazido o seu paroquiato de 15 anos, se não tivesse decorrido numa época, para essa terra, de grande agitação e insegurança política e social. Foi, no entanto, um paroquiato expressivo e eficiente. Faleceu em 23 de abril – domingo – de 1939, no estado da Bahia.
Voltemos pois, ao ano de 1898, quando foi adquirido um grande sino para nova Matriz de São Francisco de Assis. Esse sacerdote assim descreveu a bênção do novo sino, conforme Livro de Tombos da Paróquia, na página 77 assim descreve: “Acta da bênção solene de um novo sino para a matriz. “Aos dez dias do mez de abril do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos e noventa e oito, na Igreja matriz da villa de S. Francisco de Uruburetama, onde se achava o reverendo vigário Padre Philomeno do Monte Coelho, acoliatado por Francisco Adolpho de Carvalho, comigo abaixo nomeado e assignado, servindo de secretário, ahi, às nove horas da manhã, com as formalidades legaes recomendadas no Ritual Romano, procedeu-se a bênção solene de um sino, com as inscripções que se seguem: “São Francisco, Fundição Cearense Vigario  PMonte - ” - .... cuja aquisição fôra effectuada por compra na Fundição Cearense pela quantia de sessenta mil réis, inclusive despezas de accordo com a nota e recibo pela mesma fornecidas ao reverendo vigário desta freguezia e que nesse acto foram lidos para geral sciencia, visto como fora essa aquisição também com o auxílio de esmolas entre os parochiano desta freguezia.... assigna o reverendo vigário a presente acta, com seu acolycto comigo secretario ad hoc ...” Seguem-se diversas assinaturas: Vigário Philomeno do Monte Coelho, Francisco Adolpho de Carvalho, Nereu da Silva Gusmão, Antonio Gonçalves de Queiroz, Belarmino Severiano Bastos, Geronymo Ferreira Gomes, e diversas outras assinaturas.
O substituto de Padre Philomeno foi o Padre Catão Porfírio Sampaio, 7.º Vigário da Paróquia de São Francisco de Assis, no período de 25/10/1903 a 1930. Tomou posse como vigário encomendado, em 25 de outubro de 1903. A nomeação, transcrita no Livro de Tombo, por Manoel Jorge Vieira, escrivão da Câmara episcopal e assinada por Dom Joaquim (José Vieira), com data de 14 de outubro de 1903.  
Segundo o Livro de Assentos de Casamentos - L05, (1902 a 1913), da Paróquia São Francisco de Assis, somente no dia 11 de dezembro de 1903, consta o primeiro assento de casamento de Francisco Salles Borges e Maria da Conceição, viúva de Jerônimo Gonçalves, celebrado pelo o novo Vigário da Freguesia de São Francisco.
Em 31 de dezembro de 1904, no livro acima citado. Nele é feita as seguintes observações: “No correr do presente ano foram por mim Celebrados 90 casamento, sendo que doze foram de pessoas que vivam em público concubinato. Houve no correr deste anno, fructuosas Missões pregadas pelos dois missionários: Frei David e Cyrillo de Bergmam, nas quais fui auxiliado pelos meus collegas e vizinho Pes. José Raymundo, vigário de Pentecoste, José Pereira dos Santos Alencar e Joaquim Franklin Gondim, aquelle vigário de Itapipoca e este de Arraial. Foram durante este tempo das Santas Missões, administrados 3783 comunhões e confissões, e administradas perto de 4000 chrismas. São Francisco, 31 de Dezembro de 1904. vigário Padre Catão Porfírio Sampaio”.
A Provisão que nomeou Vigário Encomendado foi assinada pelo Bispo Dom Joaquim José Vieira, conforme o Livro de Assentos de Registros Pastorais, Circulares e Correspondência, na página 90. No dia 19 de março de 1906, Padre Catão recebe autorização para o “Benzimento” da Capela do Sagrado Coração de Jesus – essa capela foi à primeira Igreja Matriz de São Francisco de Uruburetama, até sua substituição pela à atual Igreja Matriz, que teve sua inauguração em 1878, bem como, da imagem do Sagrado Coração de Jesus.
Essa autorização é assinada por Dom Joaquim José Vieira. Conforme o documento em epígrafe estavam presentes e assinaram a Ata no Livro de Tombos, páginas 43V a 45, as seguintes pessoas: “Padre Catão; Bel. José Feliciano Augusto de Athayde; Joaquim Nogueira; Jose Roberto Ribeiro; Antero Severiano Bastos; José d´Araujo Chaves Filho – Adv.; Geronymo Ferreira Gomes; Raimundo Pinto Cavalcante; José Gomes Cavalcante; Miguel Fernandes Sobrinho; João Ribeiro Pessoa Montenegro; Maria Angélica de Castro; Anna Lydia Pessoa Rocha; Constância Lima Athayde, Tereza Alleluia Pessoa Fernandes; Maria Gondim; Joana Olinda Bastos; Maria Hosanna Pessoa Montenegro; Estephania Araujo; Maria Medeiro Barrozo; Josepha Rodrigues de Matos; Francisca Joventina de Matos; Maria de Salles Bastos; Francisco ?? de Araujo; Antonio Francisco Rocha; João ?? Braga; Antonio Valério Uchoa; João Francisco Barretto; Manoel Francisco de Mattos; Rufino Ferreira de Araujo; Joaquim Pereira Guimarães; José Pinto de Mesquita; Bernardo Ferreira Lima; Antonio Ferreira Castro; José Vicente da Cunha Lima; Francisco Jose de Mesquita; Francisco Manoel de Vasconcellos; Joaquim Luiz Filho; Francisco Geraldo de Andrade; Raimundo Francisco de Farias; Maria da Encarnação de Jesus; Francisco Leandro Alves; Francisco Pery; Pedro Marques de Souza; José Vidal de Negreiros; José Praxedes Brandão e Vicente de Vasconcelos”.
Nessa Ata existe, em seu final, uma nota do Padre Catão que diz: “Por modéstia, o major João Ribeiro Pessoa Montenegro que teve a gentileza de secretariar e escrever esta acta, omitindo seu nome como um dos incansáveis lutadores para a reconstrução da Capella hoje do Sagrado Coração de Jesus; o que consigno para em todo tempo constar. S. Francisco 22 de março de 1906 – Vigário Catão Porfírio Sampaio”.
Um fato que merece destaque foi a implantação de “Luzes Acetilênicas na Igreja Matriz, composta de 153 ´focos de Luz`. Quando falarmos sobre Padre Catão veremos todo o seu paroquiato, brevemente.
No dia 19 de abril – Domingo de 1931, o jornal O Nordeste: “informou que a 19 de abril de 1931 de­sabou a fachada da Matriz de São Francisco. Depois contou que a linda arquitetura do frontispício da igreja foi traçada pelo Dr. José Justa. A reconstrução foi feita em três meses e custou 37:000$000 (trinta e sete contos de réis). Adiantou que o relógio da torre foi ofertado pelo Cel. José Júlio de Andrade, por intermédio do Pe. José Teógenes Gondim; tendo sido fornecido pela casa Meister & Co., de Hamburgo, com corda para 8 dias e batendo de 15 em 15 minutos”. A seguir vejamos como ocorreu e foi descrito desabamento da torre da Matriz de São Francisco de Assis.
No dia 20 de abril de 1931 - Segunda Feira - 15:30 horas, Padre José Theógenes Gondim descreve: “QUEDA DA TORRE E FACHADA DA MATRIZ. Nesse dia aconteceu uma grande tragédia em São Francisco de Uruburetama. Caiu uma das torres da Igreja Matriz de São Francisco. Havia alguns dias que o novo vigário chegara em nossa cidade. Na página 187 do Livro de Tombos da Paróquia de São Francisco de Assis, na abertura sobre as atividades e efemérides do ano de 1931, Pe. Theógenes Gondim anota sua transferência de Pedra Branca, para a freguesia de São Francisco, tomando posse no dia 1º de março de 1931, assinada por Dom Manuel da Silva.
Um fato curioso é que o novo Pároco ao relatar à queda da torre da Matriz, inicia o texto como se a tragédia tenha ocorrido no mês de março, fato que ocorreu efetivamente no mês de abril, conforme anotação na margem esquerda da folha, retificando o mês.
Tomara posse em 1 de março e alguns dias após, testemunhou a queda da referida torre. Um dos primeiros desafios a serem enfrentados pelo novo vigário era a reconstrução da torre. Agora não mais seriam erguidas torres gêmeas, como originalmente. Padre José Theógenes resolve, juntamente com alguns de seus amigos e colaboradores, dentre eles: Antônio Francisco Rocha, Vicente Porfírio Sampaio, Major Francisco Montenegro – Major Fancudo, filho do Major João Ribeiro Pessoa Montenegro, outro grande benemérito de São Francisco. Francisco Montenegro viria a ser prefeito indicado pelo interventor Carneiro de Mendonça, entre 1934/35, como já visto em postagem anterior; Silvio de Castro, que fez a doação do pára-raios e tantos outros.
Ficara decidido que seria construída agora apenas uma torre, a atual, medindo 36,20 metros de altura. Para uma maior compreensão do fato, transcrevo na íntegra, a narrativa feita por Padre Theógenes Gondim, conforme página 187 do Livro de Tombos da Paróquia de São Francisco de Assis:
“Aos 20 de abril (1931) pela 15:30 horas verificou-se o grande desastre da queda da fachada e torre de nossa Matriz. Desde de 1924 que se notava em uma de suas torres, a do nascente, ... rachaduras. O meu antecessor, Mons. Catão Porfírio Sampaio, para segurança daquela mandou executar consertos, fazendo amarradios com pedras o que não impediram o doloroso desastre que a todos encheu de magua e tristeza sendo a casa de Deus, em grande parte destruída. A generosidade e esforço do povo de São Francisco, porém, não se deixaram vencer pelo desanimo, e, embora estivéssemos atravessando uma época de dificuldades e a safra não ter correspondido à expectativa, todos se uniram com um só pensamento e único desejo de soerguer o templo de Deus, dando-lhe uma feição moderna. Em 4 dias, apenas foi retirado o entulho, não se iniciando, logo, a reconstrução, por falta de meios financeiros e devido também, a época invernosa. A fé e a religiosidade dos são-francisquenses ficaram patenteados nestas obras do conserto da Matriz. Não havendo victima pessoaes, o prejuízo material, no entanto, era vultoso: uma torre e toda fachada destruídas; 10 tesouras e o taboado do coro reduzidos a pedaços, e, com o abalo, a outra torre sobremodo danificada, tornando-se preciso a sua demolição. Falta dos meios para começar a grande obra de reconstrução, fomos bater à porta da generosidade e caridade dos paroquianos e pessoas amigas por meio de cartas, listas, festival, etç. O material de construção – areia, tijolos, madeira para andaime eram transportados de todas as formas pela população em pezo. Em Fortaleza, Major Francisco Ribeiro P. Montenegro, a frente da colônia são-francisquense empolgava sua atividade angariando donativos, esmolas, objectos para uma ...., conseguindo com seus esforços a grande soma de quatro contos de reis (4.000$000) figurando nesta importância o donativo de um conto de réis (1.000$000) doada pelo Cel. Antonio Diogo Siqueira. Ainda por intermédio do Major Montenegro foi confeccionada pelo Sr. Dr. Antonio Gonçalves da Justa, a planta da mimosa torre que hoje ostenta a nossa Matriz. Em princípio de maio (1931) foram iniciadas as obras de reconstrução dirigida pelo competente mestre de obras: João Batista de Souza. Iniciados pelos alicerces, cuja profundidade alcançou a 3 metros com 1 e meio metro de largura e construída de pedra e cal. As obras tomavam um grande impulso a tal ponto de aos 3 de outubro ser a festa do Padroeiro inaugurado o Coro da Matriz. Aos 23 de dezembro coloca-se o Sino e aos 31 de janeiro de 1932, ao cântico de Queremos Deus, a cruz no cimo da torre. Se bem que nesta ocasião chovesse torrencialmente. Em novembro (de 1932) os trabalhos estiveram em risco de serem paralizados por falta de numerários. Aventamos a idéia de, para obter um maior saldo, fazer a festa da Imaculada com Partidos, arrecadando a quantia de Oito contos, quinhentos e sessenta e três mil réis (8.563$000) afora as despezas. Terminada a construção com a aposição da cruz restava a obra de maior vulto: o revestimento. Na expectativa de um bom inverno de um bom inverno em 1932, gastas as ultimas esmolas, deliberamos de acordo com uma comissão comerciantes, tomar por empréstimoa quantia de três contos de réis (3.000$000) para face a despeza da empreita que ajustamos com o mestre das obras, J. Batista. Recorremos ao Cel. Raymundo Coelho, sendo prontamente atendido com a condição de satisfazermos os pagamentos em junho do mesmo ano (1932). A nossa expectativa de um inverno promissor falhou por completo, succedendo a terrível secca de 1932. O dinamismo do Dr. José Américo de Almeida, Ministro, na época, da Viação, e os esforços do modelo dos Interventores que foi o Major Carneiro de Mendonça, etç. Marcam os maléficos effeitos desta seca, conseguindo a verba para a construção de açudes e estradas de rodagem, citando-se entre as obras que mais diretamente nos beneficiaram, a construção do grande reservatório General Sampaio e a rodagem de Fortaleza e Terezina que passaram por esta cidade de São Francisco, atravessar uma parte da serra da Uruburetama. Com a seca e extinto o prazo do empréstimo em dificuldades para solver a divida. Encontramos, então, no Cel. João Teixeira Saraiva, um amigo da Egreja, um católico generoso que nos emprestou sem prazo defenido, a referida quantia. Ainda hoje (Nota 1: 31-12-33) a Matriz lhe deve a importância de 1.000$000 – um conto de réis. Enfim aos 13 de maio de 933 (Nota 2: 1933) tivemos o prazer de ver, se não terminadas as obras de reconstrução, pelo menos, a Egreja em condições de nela serem celebrados os ritos religiosos. É verdade, ainda muito nos resta fazer: mudança de janelas superiores por clarabóias, parapeitos laterais, etç.; esperamos, porem, chegar o mais cedo possível, à conclusão das obras. antes, porem, de terminar este registro não queremos deixar de, com justiça, declinar o nome de católico que desde o inicio esteve a frente dos trabalhos: Olívio Pinto de Mesquita. Dedicando, por completo, a causa de Deus e da Egreja era uma coluna forte, esteio rigoroso em tudo o que se relacionava às da Matriz. Ao seu lado, alem da ????? (incompreensível), cujos nomes a modéstias não permite declinar também se esforçaram pª marcha e boa ordem nos serviços. A torre da Matriz tem 36,20 m de altura, de alto a baixo estucada e amarrada de trilhos ?????. na sua reconstrução e demais obras, como sejam, mosaico, janelões com vidros ??????, etç, o batistério com a respectiva pia batismal; foi gasto a importância de trinta e cinco contos, duzentos e vinte oito mil quatrocentos e cincoenta réis - 38.228$450 - (Nota 3: os valores por extenso e o numeral entre parêntesis, divergem, como podemos observar, fica pois, a dúvida sobre qual o verdadeiro valor realmente foi utilizado na reconstrução da Igreja Matriz). Dentre os donativos recebidos salientado-se 50 sacas de cimento doadas pelo Dr. Fernandes Távora, então Intendente Federal (1931); 16 trilhos?? dádiva do Maj. João Leal e o auxilio que nos deu o Dr. Plínio Pompeu S. Magalhães no transporte dos trilhos????? e empréstimo de moitões; o Para-raios presenteado pelos Srs. Silvio de Castro e Major Montenegro”.
O presente texto foi finalizado, possivelmente, em julho de 1931, já que, no referido Livro de Tombo, consta como seguinte a esse texto, uma anotação datada de 1º de agosto de 1931.
Devo observar ainda que as notas entre parênteses, 1, 2 e 3 são notas para melhor compreensão, bem como, os sinais de interrogação (?) após algumas palavras, não foram possível identificá-las.

FRASE DO DIA

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”Charles Chaplin


FONTES:
- Pequena Cronologia de Itapajé (e Taperuaba) - Ribamar Ramos
- Fotos: Arquivo Pessoal de Ribamar Ramos 
(Foto da antiga Matriz doada ao Acervo Pessoal de Ribamar Ramos, por Ecilda Rocha)
- Pesquisa: Ribamar Ramos 

Blogs das Histórias de: Itapajé e Taperuaba:

www.taperuabace.blogspot.com.br 

FACEBOOK: Ribas Ramos

© Ribamar Ramos

JOSÉ RIBAMAR RAMOS

WWW.ITAPAGECE.BLOGSPOT.COM.BR 

WWW.TAPERUABA-CE.BLOGSPOT.COM.BR/

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Ribamar Ramos
Fort 29 de maio de 2012
Boa noite / Bom dia      





segunda-feira, 28 de maio de 2012

EPISÓDIOS BIZARROS

Segunda feira, dia de “cansaço”, por isso hoje vamos de bom humor. Na próxima postagem falarei sobre a queda da Torre da Igreja Matriz, em 20 de abril de 1931. Até lá!



FUTEBOL, JUIZ E OUTROS

·     Contam-se que Chico do Conceição Bastos, fervoroso torcedor do Fortaleza E.C., tinha por hábito, quando apitava uma partida de futebol, carregar consigo seu radinho de pilhas, principalmente quando seu time do coração, o Fortaleza, jogava muito se emocionava. Numa dessas ocasiões Chico foi convocado apitar um jogo local, por coincidência os times fizeram gol ao mesmo tempo (o Fortaleza e o time local) e Chico muito radiante, por seu time ter feito um gol, coincidiu que o time local também sofreu um gol. Chicão vibrando muito (pelo gol do Fortaleza) corre para o centro do gramado pulando de alegria, nem se tocava que o time local também era que sofrera o gol. Todos os jogadores do time de Itapajé correram atrás do juiz que torcia contra a seleção de sua própria terra, reclamando com esses termos: Juiz torce pelo gol do adversário é ladrão!

·     José Reinaldo, famoso árbitro da Federação Cearense de Futebol, filho de Itapajé, quando ainda jogador, em uma partida que disputava no distrito de Santa Cruz, como goleiro, tomou um verdadeiro “frango”. Aborrecido e chateado, lá mesmo abandonou para sempre o futebol, como goleiro, evidentemente, passando a dedicar-se somente a arbitragem. Quando seu trabalho é em campos do sul do país, às vezes sua imagem é identificada na telinha da Globo, fato que muito orgulha seus conterrâneos.

·     Um outro fato curioso destaque. Foi no ano de 1986, a Seleção Itapajeense jogava em Itapipoca e tinha como juiz e bandeirinhas as seguintes pessoas: Clodoaldo Gomes; Manoel Ramos e Dimas Vieira. O campo estava muito escorregadio, chovera o dia todo. Num lance de contra-ataque, Dimas estava atento ao “ponta direita” do Itapipoca. Este recebe um lançamento e, célere, parte rumo ao gol de Itapajé. Dimas, com a intenção de melhor posicionar-se, a fim de observar possível impedimento corre paralelamente ao jogador e sem muito prestar atenção ao chão, topa em um montinho de terra, escorrega e caiu vergonhosamente. Devido ao estado do campo, achar-se muito escorregadio, projeta-se com os peitos no chão, por pelo menos cinco metros. A cena faz com que toda a “galera” volte-se para o ocorrido. As gargalhadas e as vaias foram uníssonas, foi hilário. Até nos dias de hoje, quando se falam desse ocorrido, todos riem.

·     Repórter de Campo – Quando a Rádio Guanacés de Itapajé foi inaugurada e na primeira transmissão, “ao vivo” de jogos no Estádio Raimundo Vieira Filho, os equipamento utilizados pelos repórteres eram muito rudimentares. Certa vez, o repórter de campo, Antônio Nilo Pinto, o Antônio Dedinho (apelido recebido por ter, em cada mão, sobre o dedo polegar, um sexto dedo, pequeno mas bem formado). Dedinho vestia-se com muita elegância e numa dessas oportunidade, trajava-se todo de branco, com botas canos longos, metido a cow-boy, entrevista a um jogador, utilizando-se de um mini gravador. Com o objetivo de ir a cabine onde se encontrava os narradores da partida, Tabosa Filho, Beto Fernandes, Geraldo Carneiro, toda a Equipe Esportiva Sebastião Neto. Dedinho sem se preocupar com o chão liso veio a escorregar e cai vergonhosamente, ficando absolutamente enlameado. O riso foi geral. Em outra oportunidade, no intervalo da partida, o narrador Geraldo Carneiro (nessa época os equipamentos já eram bem melhores e o repórter de campo, no caso, o Dedinho, estava à espreita para comentar algo durante a partida, Geraldo Carneiro fala da Cabine de Rádio, chamando à atenção do “Repórter Dedinho dizendo: “Atenção Antônio Dedinho, acaba de entrar um cachorro no campo!” Dedinho sem vacilar pergunta: “Vai jogar por qual time?” – Geraldo referia-se realmente a um canino e não a um jogador, supostamente chamado de cachorro. Falando sério, as primeiras transmissões de jogos de futebol feitas em Itapajé foram comandadas pelo Antônio Dedinho, levava uma “Amplificadora”, corneta de médios e um amplificador a bateria e com esse equipamento transmitia para todo o estádio. Depois da Rádio Guanacés, a pioneira, a coisa se modernizou e passou a ser costumeiramente transmitido pela Equipe Sebastião Neto, comandada por Tabosa Filho.

·     A SELEÇÃO (de futebol) QUE JOGOU NO ESTÁDIO PRESIDENTE VARGAS – No dia 28/03/99, a Seleção de Itapajé jogou, no Estádio Presidente Vargas, de Fortaleza, durante o Campeonato para “subir” à primeira divisão, Itapajé enfrentou o time do América, vencendo-o pelo placar de 3x0. Os gols foram feitos por: Dindô, 2 e Fernando, 1. A nossa seleção foi formada pelos seguintes atletas: Potyguara, Eranildo, Eraldo, C. Antônio, Arnoldo, Fernando (depois substituído por Ernane), Oliveira (depois Cleomar), Mauricélio, Forte (depois Danilo), Dindô e Ivanzinho. O técnico foi Zé Neto. A Liga de Futebol é comandada por: Dr. Marcos Narbal, presidente; Vice: Jornalista Itamar Monteiro; Diretor de Esporte: Dr. Cunha; Tesoureiro: Tabosa Filho.



·     A ORIGEM DOS “PEBAS” E DOS “CACHORROS” DE ITAPAJÉ
Durante a campanha a prefeitura municipal de Itapajé, do candidato Raimundo Vieira Neto (1983-1986), que disputava o cargo de prefeito, tendo como adversário o Sr. Luis Gonzaga Saraiva, em seu último comício, no Alto do CSU, a multidão era imensa, tudo indicava que Vieirinha seria o vencedor. No palanque encontravam-se todos os candidatos, inclusive os que disputavam os cargos de vereadores. Quando foi chamado para seu discurso, o candidato Camilo Castelo Félix, de saudosa memória resolveu “ensinar” seus eleitores a votar bem. Pediu a todos que ensaiassem com ele uma nova música que fizera, para melhor identificar o local na chapa de votação, em que se encontrava o nome de Vieirinha, que ficava no primeiro quadrinho da chapa. A letra da música dizia: “Cadê o peba, tá no buraco. Tá no cima, não, tá no debaixo”, com isso Castelo queria dizer que os “Pebas”, seus adversários, achavam-se no quadradinho debaixo, e para o eleitor não se confundir, passava a chamá-los de pebas. Ocorre que o feitiço virou-se contra o feiticeiro, e todos, a partir dai, passaram a identificar o grupo político comandado por Vieirinha, de “Pebas”. Sabendo do ocorrido o grupo comandado por Luís Saraiva, passou-se a intitular-se de “Os cachorros”. Até hoje existem em Itapajé, “ Pebas e Cachorros”.

 

·     SACRISTÃO

         Certa vez, ao entrar na Igreja Matriz, Francisco de Assis Rodrigues, o Diassis sacristão, observa que uma pessoa, um homem, está com a caixa de som amplificada, em seus ombros. Pergunta-lhe o que o mesmo está fazendo, desconfiava que o mesmo estivesse tentando furtar a mesma. Prontamente o homem responde que tinha uma promessa a pagar, e o sacrifício era dar algumas voltas em torno da Igreja, carregando nas costas, a caixa de som. Diassis, autoritário, exige que a caixa fosse deixada em seu lugar de origem. O homem, flagrado no delito vai-se embora, sem “pagar” a promessa empenhada a são Francisco de Assis.

·     COMERCIANTE
Dizem que Chico Valdevino, velho comerciante de Itapajé, certa vez atendendo a uma senhora que procurava comprar fumo de rolo, o comerciante mostrou-lhe o produto e senhora pego-o e aproximando do nariz,  o aspirou com bastante força, fato que  provocou  um grande espirro, ocorre que, junto com o espirro, veio também um “peido”, a mulher, a princípio ficou muito envergonhada, mas percebeu que o comerciante não tinha ouvido. Dirigi-se novamente ao bodegueiro e pergunta-lhe se o mesmo não dispunha de um outro fumo mais forte. Chico Valdevino abaixa-se e pega um outro fumo e a mulher pergunta-lhe – Seu Chico, este fumo é forte mesmo? Sim – respondeu o comerciante – este fumo além de fazer peidar, também faz cagar!
Em outra oportunidade Chico Valdevino é abordado por um fornecedor de abanos, que viera lhe fazer mais uma entrega. O comércio andava muito ruim e resolveu não receber a entrega, previamente acertada. Seu fornecedor bastante aborrecido alega que deixara de vender os abanos a outras pessoas, para não quebrar o trato feito. Não teve acordo, Chico Valdevino realmente não aceitou receber a encomenda. Seu fornecedor sai de seu comércio e chama alguns meninos e manda-os comprar abanos, lá no dito Chico Valdevino. Após algumas horas, propositadamente, passa em frente ao comércio de Chico e é chamado pelo mesmo. Resolvera receber os abanos, tudo indicava que a venda iria aumentar muito. Dizem que essa foi uma das poucas vezes que o velho comerciante fora enganado. O comércio de Chico Valdevino funcionava onde é hoje (2012) a mercearia de seu genro, Gerardo Costa, na Rua Santos Dumont.

·     TROCADOR – Contam que certa vez, o Sr. José Paulino de Queirós Bastos, apelidado de José Bastos Pezão, Propôs a venda de seu cavalo, a um cigano. Tudo indicava que o negócio se realizaria, pois o Sr. José Bastos queria vender e o cigano dava sinais de interesse por comprar. Em determinado momento o cigano pergunta ao vendedor, se o cavalo era bom e se o mesmo teria algum defeito. Prontamente Zé Bastos respondeu que se o cavalo tivesse algum defeito, “estaria na vista”. O cigano observa bem o alazão e resolve comprá-lo. Algum tempo depois, volta e reclama que o cavalo que comprara era cego de um olho e por isso estaria ali para desfazer o negócio. Zé Bastos recusou-se veementemente, alegando que quando perguntado se o cavalo teria algum defeito, teria dito que “se o cavalo tivesse defeito, estaria na vista”, portanto o comprador não tinha motivo para reclamar, conferiu a mercadoria antes de pagar! Ao dizer isso, na sua opinião teria dito que o cavalo era realmente cego de um olho.

·     FEZES PARA O EXAME - José Paulino de Queiroz Bastos, o Zé Bastos Pezão, de tiradas engraçadíssimas, foi se receitar, em Fortaleza. Procurou o Batelão (João Junqueira de Sales), espécie de cônsul de Itapajé, na Capital. Sua casa estava sempre cheia de gente que ia chegando, se arranchando, e ficando. O Batelão quebrava todos os galhos: passagens, consultas, fretes, colégios, tudo. Saíram os dois. Zé Bastos, depois da consulta, recebeu do médico um laxante e uma lata, e a ordem para ir ao banheiro, e colher o material para o exame. Passou-se quase uma hora, quando o Batelão ouviu uns gritos: ´Chega, meu primo vem cá´. - ´O que foi Zé Bastos´. - ´Batelão de Deus, não sei o que faça. Minha bunda velha está mais velhaca do que a burra do Chico Salu. Cismou o diabo da lata, e adeus material´. (essa foi contada por pelo saudoso Paulo Vieira de Mesquita, brevemente farei uma postagem sobre esse ilustre filho de Itapajé).

·     QUINTINO CUNHA (Quando criança) – Certa vez o Padre Dantas, recentemente empossado vigário de Baturité, precisou ir aos correios, como não sabia onde ficava, saiu à rua e encontrou um menino, pergunta-lhe onde ficava os Correios. Quintino diz: “entre à direita, dobre à esquerda; tem uma praça e um prédio bem grande. É lá”. O Padre, vendo o pequeno tão sabido, convida-o para ir ao catecismo. O menino perguntou: para quê? E o bom vigário lhe disse que ia lhe ensinar o caminho do céu. Ao que Quintino respondeu pronto: “Padre, desculpe, o Sr. não sabe nem o caminho do correio...”

·     "BEATO MATUTO" - Certa feita, lá no bar do Leodoro, o Paulo Vieira estava a discorrer sobre os Padroeiros das diversas Capelas da Paróquia. - Tejuçuoca, é S. Pedro; Pitombeira, São José, e assim por diante. Dai chegou o Nelson Matias. A negrada, aproveitando, pediu em coro: Diz o Padroeiro da Aguai - Não sei, mas o meu irmão aqui sabe. Seu irmão responde: Olha, macho velho - O Padroeiro ou a Padroeira do Aguai. - Sei lá o nome. Só sei que tem uma touceira de Santo no altar. Cheio de curiosidade, o Paulo Vieira, na primeira oportunidade foi a Capela do Aguai, checar, a touceira de santo do irmão de Nelson,  era a Sagrada Família: Jesus, Maria e José.

·     GERARDO GAGO - Sumiu de uma hora para outra, mas deixou saudade. Um dia vinha o Gago descendo pela Rua do Açude, por onde passara na manhã anterior, quando uma senhora o interpelou: Seu Gago, aquela galinha que o senhor me vendeu ontem não serve. Vou devolvê-la agora, e quero meu dinheiro de volta. - "Mas, minha senhora, uma ga..ga...linha tão gorda da...da...quelas.  - Não serve, disse a senhora, ela é cega de um olho! - Gago prontamente responde: - "Ah, sim! Pode ir, eu "pen...pen..sei" queee aaa  senhora que...queria aaa ga..galinha, pa...para comer e..e não pa...para bordar". (mais uma do Paulo Vieira).

Ribamar Ramos
28 de maio de 2012
Boa noite / Bom dia






TEXTO MOTIVACIONAL

BOM HUMOR É FUNDAMENTAL


“Você já parou pra pensar do que o bom humor é capaz? Além de fazer bem pra pele, pro espírito, faz bem também pra saúde. Só para se ter uma idéia, com um riso, o hormônio do estresse, que é produzido pelas glândulas suprarenais, são reduzidos; as lágrimas passam a ter mais imunoglobulinas, um anticorpo de defesa contra algumas infecções oculares; se reduz a tensão muscular, além de se ativar a produção de endorfinas.

Mas, o que o bom humor tem a ver com o seu trabalho? A resposta parece simples: uma pessoa feliz trabalha melhor e, consequentemente, produz mais. Além disso, o bom humor favorece um melhor relacionamento entre as pessoas e, particularmente, colabora para um ambiente de trabalho mais agradável. O bom humor ainda atrai as pessoas e ajuda a criar e fortalecer relacionamentos, isso tudo sem enfraquecer sua imagem, se você souber usá-lo na dose certa, é claro.

Ser simpático e dispor sempre de um sorriso pode ser muito útil em situações embaraçosas, gafes ou até naquelas tentativas de “puxadas de tapete” por parte de algum colega. Mostra que você tem equilíbrio e, antes de tudo, confia no seu trabalho. Uma pessoa motivada e autoconfiante não tem medo de rir de si mesma, muito menos se intimida em uma situação constrangedora. Dispõe sempre do bom humor e da simpatia para reverter situações desfavoráveis.

Mas, tudo deve ser na dose certa. Achar graça de tudo, rir por nada toda hora, fazer mil piadas sempre pode sim comprometer sua imagem, e você passar a ser visto como “o bobo da corte”. Será chamado sempre para contar piadas, animar o pessoal, mas pode ser deixado de lado em reuniões importantes, ou seja, suas qualidades profissionais podem ficar em segundo plano comparadas ao seu imenso sucesso em ser o palhaço da turma. No ambiente profissional, devemos ter tato para saber a hora certa de contar uma piada para descontrair ou se portar de modo mais sério.

Se você é daqueles em que o bom humor passa longe, ao acordar, pense em tudo de bom que há na sua vida: nos amigos que possui, na sua família, no seu emprego. Pense que você é um privilegiado em poder ver, sentir, falar, ouvir. Pense que a vida é uma benção, e que os problemas são muito pequenos se pensarmos em tudo que a vida nos proporciona de bom e na alegria que é estar vivo. Leve a vida leve e, assim, não haverá mau humor que resista. Pra ajudar no seu cultivo do bom humor, vão aí umas dicas: durma bem, pratique uma atividade física e tenha uma alimentação rica em nutrientes e fibras!

E que, com isso, você tenha um bom trabalho!

Livia Torres. Colunista da RJNET


Pense nisso!


FRASE DO DIA

Se não quiser adoecer - "Não viva triste!"
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, 
recuperam a saúde e trazem vida longa. 

A pessoa alegre tem o dom de alegrar o 
ambiente em que vive.
"O bom humor nos salva das mãos do doutor". 
Alegria é saúde e terapia.

Dr. Dráuzio Varela