quinta-feira, 31 de maio de 2018


ORLEANS PINTO DE MESQUITA
ANIVERSÁRIO DE SAUDADE
(5 ANOS)
(30 de maio de 2013 / 30 de maio de 2018) 
22 de julho se 1928 - Domingo. Nessa data nasceu ORLEANS PINTO DE MESQUITA, filho de José Pinto de Mesquita e Dona Chiquinha Firmo, ambos de tradicionais famílias da região. Ainda jovem passa a residir em, em definitivo, em Itapajé – afinal, os estudos eram prioridade.
Orleans mantinha relações afetivas e sociais com seus contemporâneos – de Itapajé e, muito especialmente, com os amigos de Taperuaba. Participou ativamente CLUBE PROGRESSISTA - era uma espécie de escola para adultos. Na década de 50 - (não foi possível identificar exatamente a data). Esse clube foi fundado por João Ribeiro Pessoa Montenegro Filho, nascido em 15 de janeiro de 1882, seu pai, João Ribeiro Pessoa Montenegro, o tabelião. Desculpem pela prolixidade deste extenso texto, somente assim, conheceremos nossa história. Abaixo um pequeno relato sobre o Clube Progressista, do qual Orleans Pinto de Mesquita, participou ativamente.
Todos queriam participar do querido ´CP´ - forma carinhosa, como era conhecido o tradicional Clube Educacional. Este Clube se consolidou como uma verdadeira escola. Por muitos anos e com diferentes diretorias. No final da década de 1950, quando de uma eleição, em que elegeria para a gestão seguinte, o Clube era formado com o quadro a seguir: CANDIDATOS A DIRETORIA - Israel Bastos Carneiro - (filho de Aristóteles Alves Carneiro), para Presidente; Raimundo Gentil Rocha, Vice Presidente; José Jauro Araújo Bastos, Tesoureiro; José Aírton Rocha, 1.º Secretário; Edmar Urano de Carvalho - (Coletor Federal), 2.º Tesoureiro; Isac Sombra Rodrigues, Consultor Jurídico; João Antônio de Lima, Orador Oficial; José Maria Barbosa Lima, Bibliotecário. Para Diretores candidataram-se: Jurandir Araújo Chaves; Álvaro Otoni de Assis Bastos; Alcides Sales Bastos; ORLEANS PINTO DE MESQUITA; Vicente Rodrigues de Sousa; José Fernandes de Oliveira – ex-combatente da FEB – Força Expedicionária Brasileira; Raimundo de Araújo Bastos - Sr. Mundim. SÓCIOS CONTRIBUINTES, BENEMÉRITOS E HONORÁRIOS: Aristóteles Alves Carneiro - (historiador); Raimundo de Araújo Bastos; Manuel Luís da Rocha; Mariano Amâncio da Rocha; Pedro Rocha Sobrinho; Euclides Ferreira Gomes; Raimundo Marques de Sales – Coquinho, pai de José Maria Sales; Francisco Marques de Sousa; Jesuíno Pinto de Mesquita; José de Araújo Bastos – (Zé Verdinho); Júlio Pinheiro Bastos; Manuelito Rocha; Clóvis Álvaro Bastos; Juvêncio de Paula Bastos; José Humberto Pontes; Edson Bastos Carneiro; José Gusmão Rocha – (Nereu); Francisco Moreira de Sousa; Otávio Coelho de Araújo - (irmão de Messias Coelho); Antônio Belo; Amarílio dos Santos; Francisco Teixeira Braga, - (capitão Braga), Sócio Honorário; Orestes Marcelino de Castro – ex-vereador; Eustáquio Sales Peixe; Odilon Ferreira Gomes; José Judith Moreira; José Martins de Sales – (Zeca Martins - comerciante e exportador de peles de animais); Letácio Alves Carneiro - (primo de Aristóteles Alves Carneiro); Euclides Melquíades Vieira; Raimundo Magno Bastos, Osmundo Bastos; José de Arimatéia Pinto – (Bita); Antônio Custódio de Mesquita - Tabelião; Napoleão Bastos - (irmão de dona Venusta, Hilda Ibiapina Bastos, casada com Mundim Bastos, Filó e Theophita, casada com Aristóteles), sócio  correspondente; José Eudóxio Pinto - sócio correspondente; João Ribeiro Pessoa Montenegro Filho, sócio benemérito; major Francisco Ribeiro Pessoa Montenegro, sócio benemérito; Hugo Carvalho Rocha Lima, Advogado - (No ano de 2001, foi  procurador do estado do Ceará), benemérito; Raimundo Carvalho Lima - (pai de Dr. Hugo Carvalho e exerceu o cargo de juiz em São Francisco de Uruburetama, na década de 30), honorário; José Theógenes Gondim, Padre, honorário; Padre Francisco de Assis PORTELLA, honorário; José Aristóteles Gondim, Coletor Estadual e Deputado Estadual, honorário; Francisco Alves Pereira – (Chico Catingueira, sobrinho de Chico Valdivino), contribuinte; Luís Gonzaga Saraiva, coletor Estadual; Edmar Teixeira Vieira, médico; Luís Teixeira de Alcântara, Juiz de Direito; Celestino Moreira Alves de Barcelos - (Agrimensor); Esmerino Ferreira Gomes – ex Deputado Estadual; Antônio Ferreira Gomes; Antônio Felinto Bastos; Antônio Gomes Cavalcante - Toinho; Raimundo de Paula; Júlio Ferreira Gomes; Josias Bastos; João Ferreira Gomes – (industrial); Francisco Araújo Chaves - (pai de Jurandir, Maurício, Oribe); Osmar Araújo Bastos; Camilo Castelo Félix; Gerardo Melquíades; Raimundo Nonato Rocha, casado com D. Chiquinha Rocha, genitores de Sidney Cunha Rocha e outros; Aprodígio Marcelino de Castro; Francisco Sinuca Matos; Francisco Rocha Matos; Antônio de Castro Lima – (Tabelião), Cartório Civil, Rua Major Barreto, em frente à casa do Sr. Dico Antunino - (Raimundo Alves de Oliveira); Manoel Marques de Sales – Manelim, comerciante; Teobaldo e José de Araújo Chaves Neto – (Zezé Chaves, um dos principais “comunistas” de Itapajé, juntamente com Alcides Sales, e outros).
Como podemos observar, Orleans participava de ´tudo´, em Itapajé. Quando da fundação do Guanacés Clube - antigo Patrimônio Histórico da cidade fundado em 7 de Dezembro de 1954, teve como presidente da comissão Organizada do clube o Sr. Isac Sombra Rodrigues. Conforme Lei n.º 197 de 26 de abril de 1955 – Considera de Utilidade Pública o Guanacés Clube, e consta como data de fundação o dia 14 de dezembro de 1953. (essa lei foi sancionada por Júlio Pinheiro Bastos). Essa Organização tinha por finalidade desenvolver a cultura intelectual; incentivar a prática e desenvolvimento dos esportes: promover reuniões de caráter social e cívico. Por muito tampo esse clube foi, já que veio a substituir ao antigo Polytheama Clube, que funcionava a Rua Felipe Sampaio, onde funcionou a Secretaria da Receita Federal.
O Guanacés Clube era até bem pouco tempo atrás um lugar de encontro da sociedade Itapajeense. Infelizmente, devido a sucessivas administrações irresponsáveis, o clube deixou de ser esse ponto de encontro. Mesmo assim funcionava muito precariamente, só que passou a rotineiro, em cada festa - ou melhor em cada “fuá” - acontecia sempre um “pé de Briga”, era faca, cadeiras, garrafas e muitas outras coisas, com seus frequentadores, agora não mais a sociedade local, mas o pior que nela existia.  Recentemente (início de 1999) esse clube recebeu o golpe de misericórdia para sua extinção: Fora vendido para um empresário local.
Nos áureos tempos, em que homens como Zé Verdinho, Luis Sales Peixe, Eudes Magalhães, Orleans Pinto de Mesquita, João Batista Pinto de Mesquita, João Batista Bernardes e outros eram seus diretores, ai sim, Itapajé tinha um local de diversão e satisfação para seus sócios e frequentadores. Bons tempos àqueles. Um fato curioso é que o clube foi construído sobre a totalidade da antiga praça Joaquim Leitão, existente de sua construção.
No futebol, outra especialidade de Orleans, em uma crônica do Paulo Vieira, no Jornal Folha de Itapajé Ano II – n.º 9 – maio/junho 1984 – “NOSSO (ANTIGO) FUTEBOL”, narra uma vacilada do mesmo: 
“Hoje chegou a vez do Futebol. Dos times, das seleções, dos torcedores, dos cartolas. Não cheguei a conhecer o time dos anos 40, por motivos óbvios, embora alguém diga que na época eu já era veterano. Mas, em conversa com o Héliodoro, o grande “Keeper” do passado, ele me afirma que poucos foram tão oportunistas como Zezé Chaves, e seu chapéu na mão, ou tão seguros como o Jonas Grande. Eu acrescento um que vi no final de carreira, mas era um verdadeiro estilista: Viradinha. Craque de bola cheia. Itapajé teve várias etapas do esporte. O Intermunicipal, patrocinado pela APCDEC, sempre influenciou na formação de uma boa equipe de futebol. Nos intervalos, a carga de segurar a barra ficava por conta de Manuel Félix Coelho, o popular Rebeca, que sucedeu ao Orleans (Pinto de Mesquita), neste mister. Cada ano, saíamos com o Rebeca por este mundo afora, ora com o nome de Mamulengo, Ouro Branco ou Cruzeiro, feito mulher de malandro: Tanto a gente apanhava, como davam na gente. Mas, era bom. Tinha meu lugar cativo na boléia do caminhão, quase sempre do Dedé, juntamente com um goleiro, que se a memória não me falha era um tal de Neto, (José Sebastião Neto, advogado) conhecido carinhosamente  por Zé Negão. Saíamos de madrugada, às vezes de ressaca, a embaixada formada às pressas, pois a resposta do oficio do presidente - Rebeca, chegara na véspera. Um capítulo à parte era o ofício do compadre Rebeca. Sinceramente, nunca vi outros tão bem feitos. Diz nosso Dr. Sebastião Neto que aprendeu a fazer ofícios com o Rebeca. E toca a lembrar os trios finais: Cãozinho, Budo e Castelo; Batatais, Peixe e Orleans; Hélio, Peixe e Orleans, Neto, Dedinho e Vieira. As grandes intermediárias: Sapateiro, Antonino e Joaquim; Pangueta, Virada e Nonato; Macau, Paulinho e João Sura; Jonas, Diano e Defesa. Os ataques, que vamos deixar para outra oportunidade e citaremos, apenas alguns atacantes, como: Renato, Mocó, Orleans, no início da carreira, Chico Ávila, Zé Pereira, Raimundo Job, e muitos outros. Agora uma estorinha. Fizemos grandes temporadas em Monsenhor Tabosa. Certa vez, depois do primeiro jogo, houve uma festa no Mussambê Clube. Orleans se excedeu na bebida, e capotou na casa onde estávamos hospedados. Manhã do dia da festa do padroeiro, S. Sebastião, Rebeca e Mocó, que não tinham ido à festa dançante, levantaram cedo, compraram velas, conseguiram flores, pegaram a rede com o Orleans, estenderam sobre uma mesa, acenderam as velas, abriram as portas e janelas e começaram a chorar. O povo passando prá missa ia ficando, se aglomerando e lamentando: Coitado do rapaz, veio de tão longe só prá morrer, aqui. E quando a turma já se preparava para correr a lista de cooperação para o enterro, o defunto acordou. Foi um corre-corre dos diabos. Mulheres gritando, meninos correndo, um acontecimento. Nunca me esqueci. Sinal dos tempos.".
 Orleans Pinto – funcionário Público Municipal, desempenhou – em diversas administrações, muitos cargos de Administração. Em uma dessas oportunidades, em que Orleans era o responsável pela Limpeza Pública, Francisco Moreira de Sousa, o nosso precursor da Comunicação, inteligentemente, para aproveitar-se da audiência e abrangência do sistema de som, convocava os préstimos  de Orleans Pinto de Mesquita, para resolver algum problema na Praça Duque de Caxias, atual Praça da Assembleia de Deus. Certa vez o chama dizendo: “Atenção Orleans! Vem urgente tirar esses jumentos que estão transando aqui na praça!”.
Orleans faleceu em 30 de maio de 2013 – Quinta feira. Nessa data faleceu Orleans Pinto de Mesquita era casado com Isabel Peixe, que resultou em uma família de ilustres Itapajé. Marcus de Orleans e Alex Sandro de Orleans, entre outros.










 











  







FRASES DO DIA

"Tudo já foi dito uma vez, mas como ninguém escuta é preciso dizer de novo."  (André Gilde). 

“Antes que  o ´Deserto´ me vença, continuarei a teimar em tentar resgatar a história de Itapajé, mesmo que timidamente!” – (Ribamar Ramos) 

“NÃO FOMOS, NÃO SOMOS, E NUNCA SEREMOS ESQUECIDOS”
("NON FUIMOS, NON SUMUS, ET QUI NUNQUAM OBLITI ERIMUS")
(Ten. Cel. João Paulino de Barros Leal)

"Quanto a mim escrevo até este ponto; o que depois se passou, talvez outro queira tratá-lo". - Xenofonte.


FONTES:
- Pequena Cronologia de Itapajé (e Taperuaba) - José Ribamar Ramos (Ribas Ramos).
- A Genealogia de Itapajé - Hélio Pinto - 2010.
- Fotos: Arquivo Pessoal de Ribamar Ramos 
- Fotos divulgadas na internet
- Alex Sandro Orleans e Marco Orleans
- Carlúcio Gomes
- Pesquisa: Ribamar Ramos 

Blogs das Histórias de: Itapajé e Taperuaba:
www.taperuabace.blogspot.com.br 

FACEBOOK: Ribas Ramos

© Ribamar Ramos

JOSÉ RIBAMAR RAMOS

WWW.ITAPAGECE.BLOGSPOT.COM.BR 

WWW.TAPERUABA-CE.BLOGSPOT.COM.BR/



Ribamar Ramos    
Fortaleza 31 de maio de 2018 


sábado, 19 de maio de 2018

ANIVERSÁRIO DE SAUDADE
PAULO VIEIRA DE MESQUITA








PAULO VIEIRA DE MESQUITA


ANIVERSÁRIO DE SAUDADE
19 de maio de 2018 - (31 anos - 11323 dias)
(19 de maio 1987 – 09/07/1937)

Neste 19 de maio de 2018, mais uma vez, o Blog da História de Itapajé e o Perfil de Facebook Ribas Ramos - fazemos uma pequena homenagem a um Ilustre filho de Itapajé - hoje: PAULO VIEIRA DE MESQUITA. Por diversas oportunidades já mostramos, em postagens de diversos ´Causos de Itapajé´, como em 1 de junho de 2012, na qual foram destacados diversos fatos bizarro e, principalmente, históricos de nossa Itapajé, relatados por Paulo Vieira, quando participava da equipe  do sensacional Jornal da década de 1980: FOLHA DE ITAPAJÉ, veículo de comunicação - (e oposição ao prefeito da época). Retomemos nossas lembranças! Vejamos nosso antigo futebol, pelo prisma do "Grande Paulo".
Gostaria de esclarecer que tenho em meu poder, (uma pequena hemeroteca em minha modesta biblioteca), muitos exemplares da Folha de Itapajé e de outras publicações locais, bem como de alguns outros jornais importantes do Ceará. Portanto, os textos abaixo são transcrições “ipsis litteris” das matérias, ora apresentadas.
Em tempo: Paulo era filho de Antonio Custódio de Mesquita, casado com Francisca Saraiva Vieira de Mesquita. Seu pai foi o primeiro Tabelião da pequena São Miguel - atual Iratinga. Sr. Custódio, além de Tabelião, líder político e benemérito de Itapajé e Iratinga, onde residia era genitor de: Ivone, casada com Osmar Bastos; Paulo Vieira de Mesquita, advogado, contador de  “causos” e líder político de Itapajé e Iratinga e da professora Ite, renomada mestra. Nasceu em 4 de agosto de 1901. faleceu em 30 de maio de 1977.
Paulo Vieira contribuiu também com a adaptação do Hino de Itapajé, como veremos abaixo. Tanto em vida, quanto no pós morte recebeu e continua a receber muitas homenagens em sua Terra Natal. Um grande bairro da cidade recebe seu nome: Bairro Paulo Vieira - antigo Bairro da Piçarra.

HINO DE ITAPAJÉ – É na realidade uma adaptação do hino do Centenário de Emancipação Política – 1859-1959. A letra é de autoria do Padre Raimundo Pinto e a música de autoria do Padre José Mourão. Os responsáveis pela adaptação, para transformar o Hino do Centenário em Hino de Itapajé, foram a Sra. Eida Leite Louzada e Sr. Paulo Vieira de Mesquita.


HINO DE ITAPAJÉ

Letra: Pe. Raimundo Pinto
Música: Pe. José Mourão
Adaptação: Eida Leite Lousada e Paulo Vieira de Mesquita

1.     Esta terra formosa e feliz
Encravada entre rochedos mil
no trabalho afanoso ela quis
ser a glória do nosso Brasil.

ESTRIBILHO

Itapajé, a princesa serrana
do  progresso se fez pioneira
sob as vistas do monge lendário
hoje, em festa. De luz se engalana
e, exultante, feliz altaneira
canta um hino num belo cenário.

2.     Recostado na serra bendita,
Qual vigia zeloso e valente,
Reza um frade de pedra e medita
Nos destinos da mais brava gente.

3.     Do trabalho, honradez e altruísmo
A comarca tornou-se um exemplo
E seu povo, padrão de civismo,
De virtudes cristãs fez um templo.

4.     Grandes filhos já deu esta terra
Ao comércio, à ciência e à Igreja
Cuja vida é um livro que encerra
Um programa de ação benfazeja.

5.     A cidade, coberta de glórias -
Emanadas de rude labor
Parte agora pra novas vitórias
sob  as bênçãos de paz do Senhor.


NOSSO (ANTIGO) FUTEBOL
(Folha de Itapajé Ano II – n.º 9 – maio/junho 1984 – por Paulo Vieira).

“Hoje chegou a vez do Futebol. Dos times, das seleções, dos torcedores, dos cartolas. Não cheguei a conhecer o time dos anos 40, por motivos óbvios, embora alguém diga que na época eu já era veterano. Mas, em conversa com o Heliodoro, (Leodoro) o grande “Keeper” do passado, ele me afirma que poucos foram tão oportunistas como Zezé Chaves, e seu chapéu na mão, ou tão seguros como o Jonas Grande.
Eu acrescento um que vi no final de carreira, mas era um verdadeiro estilista: Viradinha. Craque de bola cheia. Itapajé teve várias etapas do esporte. O Intermunicipal, patrocinado pela APCDEC, sempre influenciou na formação de uma boa equipe de futebol. Nos intervalos, a carga de segurar a barra ficava por conta de Manuel Félix Coelho, o popular Rebeca, que sucedeu ao Orleans (Pinto de Mesquita), neste mister. Cada ano, saíamos com o Rebeca por este mundo afora, ora com o nome de Mamulengo, Ouro Branco ou Cruzeiro, feito mulher de malandro: Tanto a gente apanhava, como davam na gente. Mas, era bom. Tinha meu lugar cativo na boleia do caminhão, quase sempre do Dedé, juntamente com um goleiro, que se a memória não me falha era um tal de Neto, (José Sebastião Neto, advogado) conhecido carinhosamente  por Zé Negão.
Saíamos de madrugada, às vezes de ressaca, a embaixada formada às pressas, pois a resposta do oficio do presidente - Rebeca, chegara na véspera. Um capítulo à parte era o ofício do compadre Rebeca. Sinceramente, nunca vi outros tão bem feitos. Diz nosso Dr. Sebastião Neto que aprendeu a fazer ofícios com o Rebeca. E toca a lembrar os trios finais: Cãozinho, Budo e Castelo; Batatais, Peixe e Orleans; Hélio, Peixe e Orleans, Neto, Dedinho e Vieira. As grandes intermediárias: Sapateiro, Antonino e Joaquim; Pangueta, Virada e Nonato; Macau, Paulinho e João Sura; Jonas, Diano e Defesa.
Os ataques, que vamos deixar para outra oportunidade e citaremos, apenas alguns atacantes, como: Renato, Mocó, Orleans, no início da carreira, Chico Ávila, Zé Pereira, Raimundo Job, e muitos outros. Agora uma estorinha. Fizemos grandes temporadas em Monsenhor Tabosa.
Certa vez, depois do primeiro jogo, houve uma festa no Mussambê Clube. Orleans se excedeu na bebida, e capotou na casa onde estávamos hospedados. Manhã do dia da festa do padroeiro, S. Sebastião, Rebeca e Mocó, que não tinham ido à festa dançante, levantaram cedo, compraram velas, conseguiram flores, pegaram a rede com o Orleans, estenderam sobre uma mesa, acenderam as velas, abriram as portas e janelas e começaram a chorar.
O povo passando prá missa ia ficando, se aglomerando e lamentando: Coitado do rapaz, veio de tão longe só prá morrer, aqui. E quando a turma já se preparava para correr a lista de cooperação para o enterro, o defunto acordou. Foi um corre-corre dos diabos. Mulheres gritando, meninos correndo, um acontecimento. Nunca me es­queci. Sinal dos tempos."


NOSSO (ANTIGO) FUTEBOL (II)
(Folha de Itapajé Ano II – n.º 9 – maio/junho 1984 por Paulo Vieira)

Como disse, vamos continuar com o desfile dos craques de Itapajé, de todos os tempos. Agora é a vez dos atacantes, das linhas de frente famosas. Dizem os mais antigos que ligeiro igual ao Abdon, era difícil. Ainda alcancei o Chicó, na ponta esquerda, compondo com Nonato, João do Bita, Renato e Orleans, uma linha de respeito.
E o mestre Silas? Este sabia jogar em qualquer posição. Seu irmão Oscar, o Carioca também tinha muita categoria. Formou com Napoleão, Mocó, Tim, e Luis Diano outro ataque fortíssimo principalmente, quando contava com Agerson, e mais tarde com a revelação do S. Miguel, um magrelo chamado Paulo, ou Paulinho, não lembro bem.
Mas, outros craques fazem igualmente a história do futebol Itapajeense: o Cora, batizado de “Meu Pai” pelo Padre Evaristo, jogou no Humaitá, lá dos Ferros; ao lado do Piau, Manuel Sereia, e do meu compadre Coe­lho. Cora, era um ponta rapidíssimo, de muita raça que se concentrava tomando cachaça, e cujos irmãos; também jogavam: Quina, que depois largou a bola pa­ra subir em coqueiro, e o Chico ou Pedro do Lino.
Meu compadre Rebeca, também andou brincando pela ponta. No S. Miguel dois avantes mereceriam, hoje posição certa na seleção: Chico Tripa e o Ica. Mas prá cá; década de 60, Zé Augusto e Mambira, foram dois pontas da pesada. E vem Pereira, Zé Ventinha; Chico Ávila e Dedinho, jogando com um pedaço de rapadura no bolso do calção, sem errar um centro, ou um cruzamento. Num tempo, de muitos times: Monte Castelo, Cruzeiro do Sul, Botafogo, do mestre Janga, o só de mal, do São Joaquim, que tinha um cara chamado Vande e os irmãos Vieira: Chico, Jerônimo e Antonio Vieira.
O Ipiranga; o Ajato e o Bangu do Valdomiro - ­anos mais recentes. No Retiro, hoje Caxitoré, grande rival do S. Miguel, despontavam os irmãos Chico, Zé Estevão, Mota, Raimundo e Roque, quase o time todo e onde o de fora só podia fazer gol, depois que o Retiro fizesse ao menos um. Esqueci, no SÓ DE MAL de citar um estilista de nome ou apelido no mínimo pretensioso: Pomposo, reforço certo do S. Miguel.
Tempos de grandes jogos, como aquele pelo Intermunicipal  contra Caucaia. Quando a tabela indicou que Itapajé pegaria Caucaia, foi um rebuliço. desta vez não iria acontecer como em 1955. Agora Itapajé tem uma seleção! E chega a hora do jogo. Na preleção fui avisado pelo Ávila. Rapaz, o homem vai te tirar do time.  E  tirou mesmo.
Trinta minutos do segundo tempo, o placar assinalava: Caucaia 3x1 Itapajé. Aí aconteceu! Em dois lances seguidos; idênticos, com toda aquela categoria que Deus lhe deu, os dribles curtos e secos, a paradinha, o quebra no goleiro, a finalização com um leve toque, e o empate com sabor de vitória que veio, uma semana depois dentro de Caucaia.
Mas foi o empate, conseguido graças a habilidade individual de C. Ávila, o jogo ficou na cabeça do torcedor. Jogo no qual eu não atuei e era até aquele dia o capitão da equipe acusado de ter dançado na véspera, quando recebi o diploma da 4ª. série, fui sacado do time. Logo eu que não tinha tomado nenhuma, e só dei uma duas voltinhas, traçando o MOENDO CAFÉ porque o Orleans passou mangando, e eu precisava mostrar um passo novo, que aprendi no Guarany. Disciplina, minha gente, também é sinal dos tempos.”


 ICONOGRAFIA NOSSO FUTEBOL








  

   



ICONOGRAFIA (II)

(FAMILIARES / AMIGOS)















FRASES DO DIA

"Tudo já foi dito uma vez, mas como ninguém escuta é preciso dizer de novo." (André Gilde). 

“NÃO FOMOS, NÃO SOMOS, E NUNCA SEREMOS ESQUECIDOS”
("NON FUIMOS, NON SUMUS, ET QUI NUNQUAM OBLITI ERIMUS")
(Ten. Cel. João Paulino de Barros Leal)

"Quanto a mim escrevo até este ponto; o que depois se passou, talvez outro queira tratá-lo". - Xenofonte.

“Antes que  o ´Deserto´ me vença, continuarei a teimar em tentar resgatar a história de Itapajé, mesmo que timidamente!”. (Ribamar Ramos). 



FONTES:
- Pequena Cronologia de Itapajé (e Taperuaba) - José Ribamar Ramos (Ribas Ramos).
- A Genealogia de Itapajé - Hélio Pinto - 2010.
- Fotos: Arquivo Pessoal de Ribamar Ramos 
- Ite Mesquita
- Pesquisa: Ribamar Ramos 

Blogs das Histórias de: Itapajé e Taperuaba

www.taperuabace.blogspot.com.br 

FACEBOOK: Ribas Ramos

© Ribamar Ramos

JOSÉ RIBAMAR RAMOS



   Ribamar Ramos    
Fortaleza 19 de maio de 2018