terça-feira, 18 de julho de 2017



DITO E FEITO!

 Relembrando hoje, uma postagem do dia 17 de julho de 2012. Primeiramente um "Causo" de Paulo Vieira, sobre o “Itapajezinho de açúcar” e, a seguir algumas fotos do "Tempo do Mobral - Movimento Brasileiro de Alfabetização. Inicialmente vamos lembrar um pouco de nosso Itapajé antigo, em artigo escrito na Folha de Itapajé, de Agosto/Setembro de 1983, exemplar n.º 5, ano I. (Original em minha modesta hemeroteca).
A segunda parte mostrará o “primeiro lote” das fotos do pessoal do antigo MOBRAL, bem como de algumas autoridades da época. Divulgarei, provavelmente, em 4 ou cinco postagens futuras, já que o número de fotos é bastante significativo: aproximadamente 120 fotos - ORIGINAIS!
Divirtam-se com as lembranças de nossa Itapajé Antiga. Parafraseando o Historiador Eduardo Bueno: " Um povo que não conhece sua História, está condenado a REPETI-LA!".





MEU ITAPAJÉ ANTIGO ( I )

Paulo Vieira de Mesquita

(Folha de Itapajé- Ano I -  n.º 5 Ago/Set 1983)

 


Paulo Vieira de Mesquita - 09/07/1937 / 19/05/1987.

“Muitos conterrâneos saudosistas me sugeriram continuar lembrando os tempos e os costumes esquecidos, ou nunca bastante lembrados. Deitemos-­nos em cheirosa rede-de-meio, com uma cuia de farinha de torrado, com castanha na mão, e vamos lá: Lá vão os irmãos do Santíssimo, com suas batas rubro-negras nas procissões.

Aliás procissão sem o Toinho Folgazão e o Zé Massa Crua, brigando prá levar o Cruxifixo, bem na frente, não funciona. Delegação de futebol sem o Héliodoro como integrante, não emplaca. E as peladas na rua Grande revelaram quantos craques? E o Melquíades alugando bicicletas a todos, menos ao Manuel de Plácido, de saudosa memória? Que saudades das serestas com o Compadre Vicente Eduardo,  dando o "BOA NOITE", e levando o bolo no bolso prá comadre Haydê; os cantores da terra dando o  seu recado, alguns de lanterna e letra nas mãos como o saudoso Nereu.
E toca a recordar... Os filhóis do Seu Chico Valdevino, com o repente: "Filhóis na boca uma coisa louca. Filhóis na bunda uma coisa imunda". Festa, animação, novena, sentinela, prá cada acontecimento, a brilhantina certa comprada, "de mercado", na loja do parente Coquinho. E a pensão Estrela? Quem não lembra. Sou dos tempos do simplesmente, plenamente e distinção e louvor, sem esquecer o caderno Avante. E os partidos SEMPRE-VIVA e AMOR PERFEITO.
Sou dos tempos do reisado com papangu e vaqueiro e da dança de São Gonçalo. Sentinela com "incelen­ça" cantada a noite toda, a cana rolando braba, o pobre do defunto te­so e esquecido. Hoje não se come mais mariola nem manzape, só doce de lata. As cocadinhas servidas em papéis de embrulho, e os pirulitos ou quebra-queixo são quitutes do passado.
 Na época meu terno, primei­ro e único, feito pela Matilde, linho acetinado branco, era muito conhecido por questões óbvias, mereceu de certos Nonatinho e Ari o apelido de BRANCHU HJ. Depois de engomado, no grude podia botá-lo de pé, que ele ficava. Não havia água encana­da, então o banho da moda era no Pragatão, e depois no Antônio Brioso, lá no açude.
Ante minha imaginação começa agora o desfile dos tipos populares: Chico Bobobô, a Dassa que virou ditado, o Paulo Sobral passando um café de primeira; Zé Braz, que chorava à simples men­ção de que fora o melhor baterista de Itapajé; Aninha pai-dégua com seus 40 anéis e outros tantos cachorros; Continência e Sumidaro, que não tinha direito a nada, eterno apaixonado de uma Zilmar Goiabada que nunca existiu. Chegamos. Vamos tomar um café forrado em casa com tapioca e beiju. Droga. Só tem café solúvel com torrada dietética. Sinal dos Tempos”.


FOTOS DO ANTIGO MOBRAL




























Ribamar Ramos
Itapajé, 18 de julho de 2017
Boa noite / Bom dia

FRASES DO DIA

"Que nada de falso seja dito, nada de verdadeiro seja omitido, nada de suspeito seja escrito e nada seja simulado". Cícero.

“O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...” Mário Quintana


Aprimorar a paciência requer alguém que nos faça mal e nos permita praticar a tolerância”. Dalai Lama

"Tudo já foi dito uma vez, mas como ninguém escuta é preciso dizer de novo."  André Gilde. 

“Antes que  o ´Deserto´ me vença, continuarei a teimar em tentar resgatar a história de Itapajé, mesmo que timidamente!” – Ribamar Ramos. 

“NÃO FOMOS, NÃO SOMOS, E NUNCA SEREMOS 
ESQUECIDOS”
"NON FUIMOS, NON SUMUS, ET QUI NUNQUAM OBLITI ERIMUS"
(Ten. Cel. João Paulino de Barros Leal - Presidente da Assembléia Legislativa do Ceará, período 1887-1888)

"Quanto a mim escrevo até este ponto; o que depois se passou, talvez outro queira tratá-lo". - Xenofonte.

Até a próxima oportunidade. Ribamar Ramos

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