ABOLIÇÃO DOS ESCRAVOS DE ITAPAJÉ E SEUS HERÓIS
(reeditado em 2 de fevereiro de 2014, com alguns acréscimos de informações)
PARTE I
PARTE I
Um fato interessante se faz necessário ser do conhecimento de
todos: O ideal abolicionista de São Francisco já era ativo e forte. O Instituto
do Ceará, em uma publicação do General Tácito Theóphilo, (cópias do originais obtidas
no Instituto do Ceará, por mim impressas e em meu poder). Divulgado graças as
pesquisas do Diretor do Arquivo Público do Estado do Ceará, Geraldo Nobre,
cataloga oito documentos muito importantes para a história da progressiva
abolição cearense.
Já em 25 de agosto de 1881, é encaminhado ao Presidente da
Província do Ceará, Sr. Senador Pedro Leão Velloso, correspondência da Junta de
Emancipação de São Francisco. A mesma, semelhante à Junta de Classificação, era
constituída pelo Presidente da Câmara, do Promotor Público, do Coletor de
Rendas, do Escrivão e do Juiz de Paz.
Cabe salientar que a Junta de Emancipação, examinava cada caso e decidia
se a venda de escravos era proveitosa à causa da liberdade, aceitando ou não o
oferecimento feito pelo Senhor do escravo que era então indenizado pelo Fundo
de Emancipação.
Abaixo transcrição literal de um documento enviado pela Câmara
Municipal de São Francisco, dirigida ao Presidente da Província, como
visto acima, pelo Sr. Senador Pedro Leão Velloso, datada de 25 de agosto de
1881. A missiva, bem como, uma cópia da `Acta´ dos trabalhos de classificação
em se ocupou, relacionando 26 escravos naquela data e atendendo solicitação do
Presidente.
“Paço da Câmara
Municipal da Villa de São Francisco 25 de agosto de 1881.
Ilmo. E Ex.mo Senr.
A Junta de
Classificação de Escravos deste Município tem a honra de passar às mãos de V.
Exa. Cópia das actas de seos trabalhos, relativos ao mesmo objecto, de que se
occupou ultimamente por ordem de V.Exe.a, a quem Deus Guarde.
Il.mo e Ex.mo Sr.
Senador Pedro Leão Velloso.
Mui DIG.no Presedente
da Provícia
O Presidente da Câmara
Manoel Fran.co de Sales
Joaq.m Bento de Araujo
Collector
José Antônio Guedes
Alcoforado
Pr.r Ad hoc
Abaixo a transcrição da Ata da Junta de Classificação:
“Cópia, Província do
Ceará, Município de São Francisco, Classificação de escravos para serem libertados
pelo Fundo de Emancipação.
Art. 27 § 1º nº 2.
"João, mulato, cincoenta
annos de idade, cazado, não tem profissão, boa aptidão para o trabalho, com
seis pessoas de família, quatro filhos livres pela lei, boa moralidade,
avaliado por cem mil reis, pertencente a João de Souza Bonfim, tem um pecúlio
de vinte mil reis, matriculado sob o numero duzentos e oitenta e nove da
matrícula geral. Inocencio, preto,
trinta e seis annos de idade, cazado lavrador,
boa aptidão para o trabalho, com cinco pessoas de família, três filhos
livres boa moralidade, avaliado por cento e quinze mil reis, pertencente a Dona
Maria da Cunha Araujo, viúva do Magno, tem um pecúlio de cinco mil reis,
matriculado sob o numero, quatrocentos e dezeceis da matricula geral.
Luiza, criola de trinta
e quatro anos de idade cazada não tem profissão boa aptidão para o trabalho dois
filhos livres boa moralidade, avaliada por cem mil reis, pertencente a Dona
Anna Maria de Salles matriculada sob o numero cento e trinta e um da matricula
geral.
Maria, preta, de trinta
e nove anos de idade, solteira, não tem profissão boa aptidão para o trabalho,
dois filhos livres, boa moralidade avaliada por cem mil reis pertencente, a
Dona Joanna Bastos, digo Joanna Delfina Bastos, matriculada sob o numero cento
e cinqüenta e nove da matricula geral.
Joanna, parda de vinte
e sete annos de idade, solteira não tem profissão boa aptidão para o trabalho,
com quatro filhos livres, não tem boa moralidade, avaliada por cento e dês mil
reis, pretencente a Francisco Rufino
Ferreira Gomes, tem um pecúlio de dez mil reis, matriculada sob o numero
quatrocentos sessenta e cinco da matricula geral.
Vicente, cabra, de
trinta e nove anos annos de idade, cazado, não tem profissão,, boa aptidão para
o trabalho, com quatro filhos livres não tem boa moralidade, avaliado por cem
mil reis pertencente a João Francisco Ferreira, tem um pecúlio de vinte mil reis,
matriculado sob o numero duzentos setenta e três da matricula geral.
Paulo, preto, sessenta
e três annos de idade, cazado não tem profissão boa aptidão para o trabalho, sem
filhos, boa moralidade, avaliado por sessenta mil reis, pertencente a Custodio
Teixeira Pinto, matriculado sob o numero trezentos noventa e oito da matricula
geral.
Roza, criola, quarenta
e oito annos de idade não tem profissão, boa aptidão para o trabalho, com um
filho livre, boa moralidade, avaliada por cem mil reis, pertencente a Dona
Thereza Maria da Conceição, tem um pecúlio de cincoenta mil reis, matriculada
sob oo numero quatrocentos e vinte e três da matricula geral.
Francisco, pardo trinta e seis annos de idade, cazado,
não tem profissão boa aptidão para o trabalho com cinco filhos livres,boa
moralidade avaliado por cento cincoenta mil reis, pertencente a Eufrázio Alves
Carneiro, (Nota de Ribamar Ramos: Eufrásio Alves carneiro era genro de Francisco Miguel de Andrade, um dos construtores da primeira Igreja, da então São Francisco. Era pai de Ricardo Alves Carneiro e outros e avô de Aristóteles Alves Carneiro) )matriculado sob o numero trezentos setenta e três da matricula geral.
Anastacio, cabra,
quarenta e nove annos de idade, cazado, não tem profissão, boa aptidão para o
trabalho com dois filhos livres, boa moralidade, avaliado por oitenta mil reis,
pertencente a Eufrázio Alves Carneiro, tem um pecúlio de cinco mil reis,
matriculado sob o numero cento e trinta da matricula geral.
Francisca, mulata,
dezecete annos de idade, solteira, não tem profissão, boa aptidão para o
trabalho, boa moralidade, avaliada por cento e concoenta mil reis, pertencente
a Domingos Rdrigues Barreto, tem um pecúlio de setenta mil reis, matriculado
sob o numero trezentos quarenta e quatro da matricula geral.
Januaria, criola, vinte
e seis annos de idade, solteira, não tem profissão, boa aptidão para o
trabalho, com um filholivre, boa moralidade, avaliada por cento e cincoenta mil
reis, pertencente a Neutel Pinheiro Bastos,
tem um pecúlio de sesenta mil reis, matriculada sob o numero oitenta e nove da
matricula geral.
Juliana, cabra, trinta
e sete annos de idade, solteira não tem profissão, boa aptidão para o trabalho,
boa moralidade, avaliada em cem mil reis, pertencente a Ludovico Pires Chaves, tem um pecúlio de
cincoenta mil reis, matriculada sob o numero cento e trinta três da matricula
geral.
Veronica, mulata,
trinta e cinco annos de idade, solteira não tem profissão, boa aptidão para o
trabalho,boa moralidade, avaliada por cem mil reis, pertencente a Angelo José de Mattos, tem um pecúlio de
vinte mil reis matriculado sob o numero duzentos e sessenta da matricula geral.
Vicencia, parda, trinta
e nove annos de idade, solteira não tem profissão, boa aptidão para o trabalho,
boa moralidade, avaliada por cem mil
reis, pertencente a Joaquim Bento de Araujo, tem um pecúlio de quarenta mil
reis, matriculada sob o numerocento e oitenta e três da matricula geral.
Adriana, mulata de
quarenta e nove annos de idade, solteira, não tem profissão, boa aptidão para o
trabalho, boa moralidade, avaliada cincoenta mil reis, pertencente a Francisco
Rodrigues Peixe, tem um pecúlio de quarenta mil reis, matriculada sob o numero
sessenta da matricula geral.
Margarida, cabra de
vinte e nove annos de idade solteira não tem profissão boa aptidão para o
trabalho, boa moralidade, avaliada por cem mil reis, pertencente Francisca Barreto da Conceição, tem um
pecúlio de cinco mil reis, matriculada sob o numero trezentos enove da matricula
geral.
Mariana, cabra, de cincoenta
e dois annos de idade, solteira, não tem profissão, boa aptidão para o
trabalho, com um filho livre, boa moralidade, avaliada por sessenta mil reis,
pertencente a Dona Maria Jacintha Cavalcante, tem um pecúlio de dês mil reis,
matriculada sob o numero duzentos e cincoenta e um da matricula geral.
Antonia, parda,
quarenta e cinco annos de idade solteira, não tem profissão boa aptidão para o
trabalho, boa moralidadeavaliada por cem mil reis, pertencente aLucas Pereira
de Souza, tem um pecúlio de cinco mil reis, matriculada sob o numero trezentos
quarenta e sete da matricula geral.
Manoel, mulato, trinta
oito annos de idade, solteiro não tem profissão boa aptidão para o trabalho,
boa moralidade, avaliado por duzentos mil reis, pertencente a Vicente de Salles
Gomes Primo, tem um pecúlio de dezoito mil reis, matriculado sob o numero
quarenta e três da matricula geral.
Cosme, cabra, trinta e
cinco annos de idade não tem profissão, boa aptidão para o trabalho, boa
moralidade,avaliado por quarenta mil reis, pertencente a Maria da Cunha Araujo,
tem um pecúlio de dezoito mil, reis, matriculado sob o numero trezentos e vinte
e um da matricula geral.
Albina, cabra,
concoenta annos de idade, solteira não tem profissão boa aptidão para o
trablho, boa moralidade, avaliada por oitenta mil reis, pertencente a Manoel Rodrigues Barreto, tem um pecúlio de
vinte mil reis, matriculada sob o numero trezentos oitenta e quatro da
matricula geral.
Merenciana parda,
trinta annos de idade, não tem profissão, boa apitidão para o trabalho, boa
moralidade, avaliada por cem mil reis, pertencente a Maria Pereira de Salles,
tem um pecúlio de dês mil reis, matriculada sob o numero trezentos noventa e
dois, da matricula geral.
Anna, parda, dezenove
annos de idade, solteira, não tem profissão, boa apitidão para o trabalho, com
dois filhos livre, boa moralidade, avaliada por cento e trinta mil reis,
pertencente a Raimundo Pinto Cavalcante tem um pecúlio de dês mil reis,
matriculada sob o numero trezentos cincoenta e sete da matricula geral.
Virgilina, mulata,
vinte e quatro annos, solteira, não tem profissão, boa apitidão para o
trabalho, boa moralidade, avaliado por cento e vinte mil reis, pertencente a
Dona Ubilina Francisca Bandeira de Mello, tem um pecúlio de dês mil reis,
matriculada sob o numero trezentos e vinte e sete da matricula geral, e,
finalmente;
Maria, mulata,
solteira, não tem profissão, boa apitidão para o trabalho, boa moralidade,
avaliada por cento e cincoenta mil reis, pertencente a Dona Matildes da Rocha
Sampaio, tem pecúlio de vinte mil reis, matriculada sob o numero trezentos
cincoenta e três reis da matricula geral.
Eu José Victorino Alves
Maia, escrivão da Junta Municipal o escrevi. Sala das Sessões de Classificação
em vinte e cinco de agosto de 1881.
O Presidente da Câmara
Manoel Fran.co de Salles
O Collector
Joaquim Bento de Araujo
O Promotor Adhoc
José Antonio Guedes Alcanforado”
“O Exame mais detalhado do documento organizado pela Junta do
Município de São Francisco, nos mostra que a Relação ou Classificação dos
escravos a serem libertados, contém muitos detalhes, tais como: Nome, cor,
idade, estado civil, profissão, aptidão para o trabalho, número de pessoas na
família, numero de filhos, condições morais, bem como, nome do proprietário,
valor estipulado, valor do pecúlio e, finalmente o número de matricula geral.
A meu ver, apenas o item pecúlio merece uma pequena
explicação de que se trata. O pecúlio eram pequenas rendas adquiridas durante a
vida do escravo, que podiam ser utilizadas na compra de sua alforria. Em
trabalho divulgado na internet, de autoria de José Leandro Peters – “Visões
opostas sobre a escravidão no Brasil do século XIX”, cópia em meu poder, é dada
uma explicação de que se tratava:
Pecúlio e Alforria.
A convivência familiar abre para os escravos a possibilidade
de ajuntar um pecúlio, pois passam a
desenvolver uma economia doméstica baseada não somente nos cuidados de seu
senhor.
A partir do casamento, reconhecido ou não perante a igreja,
os negros têm a possibilidade de criar pequenos animais – galinhas e porcos – e
cultivar um pequeno pedaço de terra.
Essas mercadorias são usadas ou para a subsistência familiar
ou destinada ao comércio, o qual traz a possibilidade do cativo reter um ganho
monetário, formar um pecúlio e destiná-lo à compra de sua liberdade.
Porém, quando passa a conviver em família, o escravo já não
tem como meta, somente a sua alforria, mas também a de sua esposa e de seus
filhos, o que faz dessa, uma luta conjunta.
Podemos considerar também que alguns escravos optavam por não
terem filhos, para que dessa forma tivessem maiores chances de alcançar a
liberdade, pois seriam menos alforrias a serem compradas.
Quando esses cativos conseguiam a alforria sua idade já não
mais os permitia dar origem a uma prole.
Na fazenda, quem normalmente recebia a alforria eram escravos
velhos, mucamas, aqueles que constituíam uma família ou os que se encontravam mais
próximos de seu senhor.
Contudo não era no campo que a formação de pecúlio se dava de
forma ampla, mas nos centros urbanos.
Como já foi dito, o escravo urbano detinha uma maior
autonomia do que o escravo rural.
O fato de ele ter de pagar um jornal fixo a seu senhor
permitia-lhe formar um pecúlio maior e, com ele, garantir a compra de sua
alforria. Nas atividades urbanas encontramos, entre outros, os escravos de
aluguel, os escravos operários e as quitandeiras...”.
Outros municípios, também relacionados no artigo do General
Tácito Theóphilo, acima merecem destaque, pois por suas data de emissão
seguiram-se a de São Francisco.
Ofício da Junta de Emancipação de Escravos de Jardim, datada
de 17 de julho de 1882; Idem, Município de Acarape, datada de 19 de julho de
1882; Ofício do Presidente da Província Domingos Antônio Rayol, datada de 12 de
maio de 1883, congratulando-se com o Juiz de Direito de São João do Príncipe –
(Tauá) e diversos outros. Cópia do referido documento se encontra em meu poder
para os que desejarem maiores detalhes sobre o assunto aqui tratado.
O episódio da Abolição dos escravos em São Francisco foi
assim narrado por Raimundo Girão, no livro: A ABOLIÇÃO NO CEARÁ, Editora A. BATISTA Fontenele, EDIÇÃO DE 1956, Páginas
162 e seguintes:
“Em São Francisco não
foi menor o arrebatamento: a comitiva da “Libertadora”, que aguardava, na
povoação Arraial, - atual Uruburetama - (Nota:
Na época, distrito de Arraial pertencia ao município de São Francisco de Uruburetama. Arraial - atual Uruburetama, somente recebeu a condição de município, com o topônimo de Uruburetama, em 1º de agosto de 1890, quando o mesmo foi desmembrado de São Francisco).
Depois da passagem por Arraial, a Comitiva da Casa Libertadora, se dirigiu para São Francisco, descendo a serra da Uruburetama, onde muitas pessoas, solidárias com a efeméride da libertação, aguardavam para, solidários unirem-se aos abolicionistas, capitaneado por Felipe Sampaio.
A entrada em São Francisco foi festiva e ocorreu às sete horas da noite, (19 horas) - de 1 de Fevereiro de 1883 – debaixo de flores, música e ovações febris. Ao descer de seu cavalo, falou (José do) Patrocínio, “abrindo com a magia de sua palavra o coração do povo”, que o saudava vibrantemente.
Depois da passagem por Arraial, a Comitiva da Casa Libertadora, se dirigiu para São Francisco, descendo a serra da Uruburetama, onde muitas pessoas, solidárias com a efeméride da libertação, aguardavam para, solidários unirem-se aos abolicionistas, capitaneado por Felipe Sampaio.
A entrada em São Francisco foi festiva e ocorreu às sete horas da noite, (19 horas) - de 1 de Fevereiro de 1883 – debaixo de flores, música e ovações febris. Ao descer de seu cavalo, falou (José do) Patrocínio, “abrindo com a magia de sua palavra o coração do povo”, que o saudava vibrantemente.
No dia seguinte a Câmara Municipal muda o nome das ruas do
Comércio e dos Caratiús, para “Rua 2 de Fevereiro” e “Felipe Sampaio”, e
concede a (José do) Patrocínio, título de cidadão Sanfrancisquense”.
Aos 2 dia de fevereiro de 1883, as estrondosas
festividades, começadas ao ronco de 21 tiros pela madrugada, abafando a
vozearia da música, dos sinos e foguetes. A vilazinha, toda, em gala não cabia
em si no seu júbilo justificado, e a sua igreja como que inflava com o átrio – (nota - Fora inaugurada havia alguns
anos atrás, precisamente em 1878 ) - e as calçadas para comportar toda aquela
população que ia assistir à esperada solenidade.
O presidente da
Sociedade Libertadora de S. Francisco, Dr. Antônio Ferreira de Melo Santiago,
disse dos fins da sessão e deu a presidência a José do Amaral, que declina da
honra em favor de Felipe Sampaio. Este exige que ela fique com Patrocínio, mas “O
Tigre", explicando estar ali "quem dispunha da balança e da
espada", o magistrado Antônio Columbano de Assis Carvalho, pede-lhe que
aceite a direção dos trabalhos.
O primeiro a discursar
foi o presidente da Câmara João Januário Barreto, que declara
"oficialmente extinto no Município (de são Francisco) o
elemento escravo". Outros oradores externaram os seus sentimentos: João
Oto do Amaral Henrique, Antônio Martins, José do Patrocínio, Antônio Bezerra,
José Marrocos e Raimundo Vóssio Brígido.
Segunda vez usava da palavra:
Antônio Martins para recitar a poesia em que Rodolfo Teófilo cantava as glórias
daquela terra, agora mais feliz. A seguir Antônio Bezerra, duas outras
composições poéticas, uma de José Galeano e outra de Bernardino de Sales; e
José Marrocos para dizer que trazia as flores do coração das Cearenses
Libertadoras a fim de depô-las nas mãos das senhoras libertadoras de S .
Francisco.
Patrocínio foi obrigado
a orar diversas vezes e pôde gritar de pulmões cheios: - "Hoje cada pegada
dos legionários da Liberdade é um pedaço de território livre! Bradando o fiat
do alto das montanhas do Acarape, em baixo surgiu a vila da Redenção. Os ecos
foram ressoar na cordilheira da Uruburetama e na serra da Aratanha, e S
.Francisco... (Nota do autor. As efemérides ocorreram às 9 horas da manhã, em
São Francisco – atual Itapajé, conforme
transcrito na Acta comemorativa, e em
Pacatuba, às 11 horas da manhã do mesmo dia, conforme documento intitulado O CENTENÁRIO DA ABOLIÇÃO DE PACATUBA, de
Manoel Albano Amora – Instituto do Ceará, página 46.....
.... ofereceram mais
dois pedaços de território livre a essa pátria de escravos".Por último,
entregaram-se as cartas dos 112 libertos. Baile á noite com a mesma animação
fervente.
Não havia mais
proscritos aos olhos do Gigante de pedra, que Antônio Martins cantou
inspiradamente, no poema O Monge de Granito, num crepúsculo de amavios: “Era da
tarde ao fim, que o vi de perto!...”.
Para um maior
esclarecimento e, ao mesmo tempo, acrescer mais informações sobre o Glorioso
Esforço da Libertadora, no que se refere ao desejo de não mais existir no
Brasil, o vergonhoso elemento escravo, a começar pelo Ceará, iniciando-se no
interior, primeiro em Acarape, em 1 de janeiro de 1883 e depois em São
Francisco, as 9 horas da manhã, no mesmo dia, porém as 11 horas, festejavam-se
também em Pacatuba, solenidade de igual teor humanitário. Esses três municípios
anteciparam-se no gesto dignificante, a própria capital Fortaleza e ao estado
do Ceará. Abaixo, continuação da transcrição do livro acima citado, fazendo um
levantamento estatístico sobre o número de escravos no estado do Ceará.
“ ... Conforme quadro
estatístico levantado pelo Presidente (da Libertadora) Sancho de Barros Pimentel
e remetido ao Ministro da Agricultura, o elemento servil no Ceará, em agosto de
1881, já estava reduzido a 24.463 cativos e 7.436 ingênuos, contra a população
(do Estado do Ceará) total de 721.600. A redução - acrescenta o governante
- decorria do "grande comércio de exportação deles para as províncias do
sul; da propaganda da manumissão a título oneroso ou gratuito; dos óbitos
ordinários e extraordinários; das epidemias reinantes no longo período da sêca
e da corrente de emigração que se estabeleceu naquela época anormal".
Para maior enriquecimento desta pesquisa citamos:
O "Libertador" de 1 de janeiro de 1884 registra,
como sendo de 31.516, a população escrava do Ceará, assim distribuída pelos
diversos municípios: Fortaleza-Messejana, 1.273; Aracati-União (Jaguaruana),
1.159; Granja-Palma (Coreaú), 1.240; Acaraú, 440; Aquiraz, 449; Acarape
(Redenção), 115; Assaré. 512; Barbalha-Missão Velha, 711; Baturité, 789; Canindé-Pentecaste,
516; Cascavel, 807; Crato, 835; Icó, 731; Ipu, 736; Imperatriz (Itapipoca) 882;
Jardim, 446; Jaguaribe - Cachoeira, 608; Limoeiro, 608; Lavras, 768;
Maranguape-Soure (Caucaia), 847; Maria Pereira (Mombaça), 438; Milagres,
586;Morada Nova, 367; Pedra Branca, 157; Pacatuba, 298; Pereiro. 465;
Quixeramobim, 1924; Quixadá, 298; S. Francisco (Itapajé), 427; S.
Bernardo (Russas), 1972; Santa Quitéria, 820; Santana do Acaraú, 941; São
Mateus, 499; Saboeiro-Brejo Seco (Brejo Santo) 1130; São João do Príncipe
(Tauá.); Arneirós, 1956; S. Benedito - Ibiapina, 135; Telha (Iguatu), 251;
Trairi, 249; Tamboril, 614; Viçosa, 323 e Várzea Alegre, 153.
Aceita o Barão de Studart que, no dia da libertação total, em
1884, havia na Província 30.000 escravos, ao passo que Sousa Pinto, os estima
em 31.754. Em 30.000 mais acertadamente calculava Rodolfo Teófilo, os existentes
ao começar a seca de 1877-79. Na verdade, os 31.913 do censo de 1872, em
virtude dos fatores apontados por Barros Pimentel, não podiam ser, no momento
inicial da batalha libertadora, senão aqueles por ele indicados. Daí por
diante, os libertadores fariam esse número cair a zero”. Logo adiante, cópia da
Ata de Libertação dos Escravos de São Francisco.
DOCUMENTOS REFERENTES À ABOLIÇÃO DOS
ESCRAVOS EM SÃO FRANCISCO - (ITAPAJÉ).
Abaixo transcrição ipsis litteris da Ata que documentou a
libertação dos escravos de Itapajé, no dia 2 de Fevereiro de 1883 – (às 9 horas
da manhã).
Acta da
inauguração da Redempção do Município de São Francisco, pela libertação de
todos os seus escravos
Aos dois dias do mez de Fevereiro
do anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo, de 1883, nesta Villa de
São Francisco, comarca da Imperatriz, Provincia do Ceará, pelas nove horas da
manhã, reunidos no corpo da Igreja Matriz desta mesma Villa as sociedades
libertadoras, compostas: uma de homens e outra de senhoras, e extraordinário concurso
de povo, que ali se reuniu para assistir a festa de declaração da extinção
completa dos escravos do Município; presente ainda, a commissão enviada do seio
da Sociedade Cearense, Libertadora da Capital, para em seu nome associar-se a
estas solenidades; composta dos Cidadãos José do Patrocinio, José Amaral, Te. Felipe de Araújo Sampaio, Izac
Amaral, Antônio Martins, Antônio Bezerra e José Marrocos, que por officio do
primeiro do corrente, havia scientificado a Sociedade Libertadora de São
Francisco da missão que trasia em nome daquella, cujos sentimentos expendia;
tomaram todos, os logares que lhes eram destinados em roda da grande mesa, que,
no recinto da Igreja Matriz se achava postada.
Usando então, da palavra o Dr.
Antônio Ferreira de Mello Santiago, que devia presidir aquella sessão, e
encarando a importância e grandesa do acontecimento, que se tinha de
solemnisar, deante da insuficiencia dos seus merecimentos, terminou por
declarar que declinava da subida honra de presidir aquelle acto; porque, presente
se achava o membro da Sociedade Cearense da Capital, o cidadão José Amaral, a
quem por sua dedicação e acrisolado amor devia competir de direito aquella
cadeira; é elle que tinha direito a uma das maiores porções de glória dessa
crusada; pelo que convidando esse cidadão a occupar aquella cadeira, ele a deixava.
Occupada então, pelo cidadão José
Amaral, este por sua vez, considerando-se aquém dos merecimentos que somente;
generosidade de irmãos podia descobrir, deante dos do cidadão, Te. Felippe de Araujo
Sampaio, que, filho do município, havia sido o iniciador do movimento, que
naquella occasião se solenisava, e terminava por elevar o município a altura de
um Município, livre; declarou que não se sentia bem collocado naquella cadeira
para presidir tão grande festa, convidava o Te. Sampaio para substitui-lo.
Occupando aquella cadeira o Te.
Sampaio, considerou-se ainda por sua vez muito aquém da honra que lhe era
conferida, declarando que, se alguma cousa de seu procedimento podia valer
deante da generosidade de seus irmãos, a presidência daquella sessão, alguma
cousa havia ainda immensamente superior aos seus esforços e devotamento, era a
intelligência e o coração do cidadão José do Patrocinio, cuja pessoa estará
sempre a serviço da causa da redempção dos Captivos, empenhado na mais porfiada
das luctas da intelligência contra o escravagismo do século; que, portanto,
deixando aquella cadeira em homenagem a intelligência e coração de José do
Patrocinio, elle convidava a esse cidadão para substitui-lo.
Por sua vez, occupando aquella
cadeira, José do Patrocinio fez sentir que acima da missão de jornalista, de
homens de opinião pública, estava a missão de juiz, que tendo em uma mão a
balança, noutra a espada, sentenciava sobre o direito em letigio e era obdecido;
que, representante legal um poder público, encarregado de assegurar com a lei,
as liberdades e garantias sociaes, elle considerava o digno Juiz de Direito da
Comarca, Dr. Antônio Columbano Serafico d'Assis Carvalho como o único a quem de
direito competia presidir tão grande festa; pelo que, deixando aquella cadeira,
elle convidava o distinto magistrado a occupa-la.
Tomando então assento o Dr.
Columbano declarou que acceitava a grande honra que lhe éra confiada e
declarava aberta a sessão, com a manifestação solemne e pública, que fasia, de
estar extincta no Município a Escravidão d'alguns de seus filhos; e de que
naquella occasião e naquelle recinto por onde todos haviam entrado pelo
baptismo, em communhão social os filhos da Igreja Católica, se havia estabelecido
a igualdade perante a Naturesa, perante a Lei e perante a Religião.
Concedendo então, a palavra ao
orador da commissão da Câmara Municipal, composta dos cidadãos Vicente de
Salles Gomes Primo, Neutel Pinheiro Bastos e João Januário Barreto, como
encarregado de exprimir os sentimentos da Municipalidade e proclamar a extinção
do elemento servil no Município proferiu elle eloquente oração, que terminou
por declarar official e legalmente extincta a escravidão no Município.
Terminado que foi, seu discurso,
seguiram-se com a palavra, pela ordem de sua collocação, o Dr. João Otton do
Amaral Henrique, como advogado da
sociedade, e os distinctos cidadãos, Antônio Martins, José do
Patrocínio, Antônio Bezerra, José Marrocos e Raymundo Brigido dos Santos, que
discursando todos sobre o assumpto da festa, saudaram o dia de maior
acontecimento que no presente e no fucturo se havia de operar no município de
São Francisco; o dia 2 de Fevereiro, que assignalaria no fucturo, o primeiro
marco plantado no caminho da redempção deste Município.
Pela segunda vez obtendo a palavra
os oradores Antônio Martins, Antônio Bezerra e José Marrocos, procuraram
desempenhar-se do encargo que trasiam, o primeiro: De offerecer em nome de
Rodolpho Theophilo, uma bella poesia de sua composição; o segundo, duas poesias
ainda, de Juvenal Galeno e Bernardino de Salles; e o terceiro, as flores
arrancadas do coração das senhoras da sociedade abolicionistas da Capital, que
o orador disse depor aos pés das senhoras libertadoras deste Município.
Por duas veses ainda coube a
palavra o cidadão José do Patrocinio, que estendendo-se em novas considerações
sobre o acontecimento do dia, terminou por concitar a todos a render graças ao
Altissimo pelo feliz acontecimento daquelle dia, em que o sangue de um herói da
Pátria, Nunes Machado, traiçoeiramente derramado, brotara para os filhos deste
município a liberdade que elle disputara para a sua Pátria.
Então, o presidente da mesa,
suspendendo por momentos, os trabalhos convidou a todos para assistirem a missa
que se tinha de celebrar, depois da qual, se prosseguiria nos trabalhos da
mesa, com a destribuição das cartas.
Terminado que foi o sacrificio da
missa, continuaram os trabalhos sendo feito por lista organisada, a chamada dos
libertos, sendo que ao conferir o primeiro delles, a carta de sua liberdade,
foi freneticamente abraçado pela distincta 2.ª vice-presidente da Sociedade das
Senhoras, Exma. Snra. D. Ambrosina Henrique, que encarregou-a de transmitir as
suas companheiras naquelle abraço as seguranças de quanto praser lhe ia n'alma
por ver todos resti tuidas a sua communhão.
Por todas as demais Senhoras foram
jurar demonstrações feitas, reinando nesta occasião o mais indiscreptivel
praser entre todos, homens e senhoras.
Contada a relação dos libertos deu
cento e doze nomes seguintes, alphabeticamente arrolados: Antonia, de 22 annos,
de Franklin Pinheiro Bastos; Antônio 22 a., de Thereza Maria da Conceição;
Antônio, 12 a, de Alexandre José Rodrigues; Antonio, 30 a, de Maria Missias de
Queiroz; Antônio 32 a, de Francisco Rufino Ferreira Gomes; Barbara, 17 a., de
Francisca Barreto da Conceição; Bernardo, 35 a., de Eufrásio Alves Carneiro;
Benedicto, 60 a.; de Ludovico Pires Chaves; Bibiana, 56 a., de Francisco José
Pinto; Caetano, 43 a, de Miguel Antônio Rodrigues; Cândida, 28 a, de Marianna
Pires Guimarães; Cândida 12 a, de Maria da Cunha Araújo; Carolina, 22 a., de
Maria Sampaio de Queiroz; Cosmo, 16 a., de Ludovico Pires Chaves; Caetano, 35
a., de Lauriano Teixeira Bastos; Domingos 18 a., de David Teixeira Bastos;
Domingos, 13 a., de Maria da Cunha Araújo; Domingos, 8 a., de Alexandre José
Rodrigues; Domingas, 12 a., de Francisca Barreto da Conceição; Estevão, 24 a.,
de Francisco Manoel d´Avila; Epiphanio, 22 a,, de Durça Margarida do Espirito
Santo; Francisco, 12 a., de Thereza Maria da Conceição; Francilino, 24 a., de
Mariana Pires Guimarães; Felipe 40 a., de Domingos Rodrigues Barreto;
Francisco, 22 a., de João Francisco de Sousa; Francisco, 12 a., de Theresa
Maria da Conceição; Felismina, 12 a., de João Francisco de Lima; Fellipe, 21
a., de Domingos Barbosa do Espirito Santo; Francisco, 15 a, de Francisco Rufino
Ferreira Gomes; Francisco, 16 a., do mesmo;
Felipe 40 a., de Feliciano Ignácio Vieira; Felix, 65 a., de Pedro
Barroso Valente Veras; Francisca, 18 a., de
Josué Teixeira Bastos; Francisca, 20 a., de Alexandre José Rodrigues;
Francisca, 16 a., de Ludovico Pires Chaves; Felippe, 35 a., de Antônio Pereira
Lima; Isabel, 31 a., de João Francisco
de Sousa; Innocencio, 20 a., de Ricarte Sampaio de Queiroz; Inez, 20 a, de
Maria Jacyntho Cavalcante; Juliana, 25 a, de José Dias de Carvalho; Josepha, 16
a., de Miguel Antonio Rodrigues; Josephina, 13 a., de Francisco Escocio de
Meneses; Joanna, 15 a, de Durça Margarida do Espirito Santo; Justino, 16 a., da
mesma; Josepha, 26 a., de Lauriano Teixeira Bastos; Joaquim, 37 a., de Antonio
Barroso Valente; Joaquina, 12 a., de Theresa de Barros Fortes; Josepha 18 a.,
de Joaquim Maximiano; José, 36 a., de Manoel Rodrigues Barreto; João 21 a., de
Maria Geralda; Joanna, 20 a.; de Jacob A1ves Carneiro; Joanna, 20 a., de
Galdino Ferreira Gomes; Joanna, 22 a., de David Teixeira Bastos; José. 38 a.,
de Alexandre José Rodrigues; João, 13 a., de Ludovico Pires Chaves; José, 12
a., de Antonio Teixeira Bastos; Luiz, 31 a, de Maria Pereira de Salles; Luiz,
12 a., de Domingos Rodrigues Barreto; Luisa, 60 a., de Antonio Teixeira Bastos;
Luisa, 25 a., de Pedro Jacome Alves Feitosa; Luiz, 36 a., de Eufrásio Alves
Carneiro; Luiz, 13 a., de Francisco Rufino Ferreira Gomes; Luiz, 25 a., de
Alexandre José Rodrigues; Luis, 16 a., de Josué Teixeira Bastos; Luisa, 50 a.,
de Francisco Pires Chaves Sobrinho; Luiz, l2 a., de Joaquim Pires Chaves;
Luisa, 12 a, de Antonio Gonçalves de Queiroz; Margarida, 58 a., de Maria da
Cruz; Maria, 36 a., de João Francisco de Sousa; Maria 18 a., de José Furtado
Pacifico; Maria 20 a., de Maria Sampaio de Queiroz; Maria, 15 a., do Dr. José
Francisco Jorge de Sousa; Manoel, 20 a., de Francisco Bento de Araujo; Mathias,
25 a., de Theresa Maria da Conceição; Maria, 25 a, de Domingos Rodrigues
Barreto; Manoel, 21 a., de Joanna Delfina de Queiroz; Marianna, 15 a., de
Lauriano Teixeira Bastos; Mariano, 26 a., de Antonio Vieira de Salles; Maria,
18 a, de Maria Geralda; Manoel, 28 a., de Maria da Cunha Araujo; Mariano, 20
a., de Maria Pereira de Senna Barreto; Maria, 18 a., de Domingos Barbosa do
Espirito Santo; Maria, 23 a, de Joana Delfina de Queiroz, Maria, 16 a., de
Eufrásio Alves Carneiro; Maria 13 a, de Antonio Pereira Lima; Maria 63 a., de
Alexandre José Rodrigues; Maria, 60 a., de Miguel Muniz Barreto; Octaviano,
35.a, de Alexandre José Rodrigues; Paulina, 36 a., de Domingos Rodrigues
Barreto; Pedro, 36 a., de Maria Jacyntha Caval cante; Rosalina, 16 a., de
Neutel Pinheiro Bastos; Raymunda 50 a., de Eufrásio Alves Carneiro; Quitéria 50
a., de Antonio Rodrigues Barreto; Raymunda, 39 a., de Alexandre José Rodrigues;
Rosa, 20 a., de Roberto Ferreira Gomes; Rosaria, 30 a., de Thereza Maria da
Conceição; Raymundo, 20 a., de Maria Queiroz de Sampaio, Romão, 13a., de Alexandre
José Rodrigues; Silvana, 50 a., de José Furtado Pacifico; Silveria, 50 a, de
Durça Margarida do Espirito Santo; Sebastião, 22 a, de Manoel Lopes Barreto;
Sabina, 38 a.; de David Teixeira Bastos; Sabino, 20 a., de Maria Jacyntha
Cavalcante; Theresa, 16 a., de Anna Maria de Magalhães; Urçula, 36 a., de Maria
Jacyntha Cavalcante; Vicente, 30 a., de Lucas Pereira de Sousa; Vicente, 18 a,
de David Teixeira Bastos; Vicente, 15 a., de Joanna Delfina de Queiroz; Vicente
15 a., de Alexandre José Rodrigues; Victaliano, 13.a., do mesmo; Vicente, 13
a., de Miguel Antonio Rodrigues; Zeférino, 40 a., de Bernardo Ferreira Lima.
Destribuidas que foram as cartas
uma salva, de 21 tiros saudou o grande acto de patriotismo, abnegação e
caridade de um povo, que havia reclamado a gloria de arrancar de sua pobresa as
glorias e riquesas desse dia.
Encerrada então, a sessão as torres
repicaram, a música encheu o espaço com sons harmoniosos; os ares estrugiram os
estampidos de centenas de bombas, o povo ali reunido, começaram então evacuar o
templo e desfilar, tendo à sua frente a bandeira da sociedade libertadora de
São Francisco, que tremulava saudada pelo vento da liberdade e se encaminharam,
com toda a espessa multidão que echoava, a casa do destincto presidente da Sociedade
de Senhores Libertadores de São Francisco, donde havia sahido e onde daria fim.
Nada mais havendo a faser mandou a
mesa lavrar esta acta, que vae por ella, pela commisão da Sociedade Cearense
Libertadora da Capital, oradores e mais pessoas gradas assignados, para todo
tempo constar. Eu Leontino Laurentino de Meneses Carvalho, 1.º Secretario,
subscrevi e assigno.
Antonio de Mello
Santiago - Presidente
Vigário José
Silvino de Maria Vasconcelos – 1.º Vice-Presidente
Antonio Teixeira
Bastos
Leontino
Laurentino de Menezes Carvalho - 1.º
Secretário
João Otton do
Amaral Henrique – Advogado
PENSAMENTO DO DIA
“NÃO
FOMOS, NÃO SOMOS, E NUNCA SEREMOS ESQUECIDOS”
"NON
FUIMOS, NON SUMUS, ET QUI NUNQUAM OBLITI ERIMUS"
(Ten.
Cel. João Paulino de Barros Leal- Presidente da Assembléia Legislativa do
Ceará, período 1887-1888)
Bibliografia:
1.
DOCUMENTOS Revista do Arquivo Público do
Ceará – ÍNDIOS E NEGROS – nº 03 ano 2006.
2.
OS ANDRADES –
Francisco Barroso
3.
Livro de Tombos
da Paróquia São Francisco de Assis – Itapajé – ano 1885
4.
HISTÓRIA DO CEARÁ
– 2.ª Edição 1994 – Simone de Sousa
5.
CENTENÁRIO DE UMA
CIDADE - Aristóteles Alves Carneiro, 1959.
6.
CIARÁ TERRA DO
SOL – Márlio Fábio Pelosi Falcão – 1999.
7.
A ABOLIÇÃO NO
CEARÁ - Raimundo Girão. 1956.
8.
Sites da
Internet: Google, Instituto do Ceará, Arquivo Público do Ceará e outros.
9. Algumas entrevistas.
10. Anotações diversas: Ribamar Ramos
9. Algumas entrevistas.
10. Anotações diversas: Ribamar Ramos
Para maiores informações vejam postagens seguintes, aqui mesmo no neste blog.
Por hojé, 2 de fevereiro de 2014 é o que tenho para contribuir para a nossa história. A todos um forte abraço!
ALGUMAS FOTOS DOS ABOLICIONISTAS:
Por hojé, 2 de fevereiro de 2014 é o que tenho para contribuir para a nossa história. A todos um forte abraço!
ALGUMAS FOTOS DOS ABOLICIONISTAS:
Ribamar Ramos
Fortaleza 2-fev-2014
Boa dia / boa noite
Ribamar tenho acompanhado todas suas publicações sobre a história de Itapajé, um belo trabalho rico em fontes, informações e fotografias atualmente difíceis de se localizar. Através de seu Blog a memória de Itapajé tem sido resgatada e divulgada para novas gerações. Além também de ser um dos principais meios do qual busco informações para minha Genealogia, pois minha família é de Itapajé.
ResponderExcluirGostaria de contar com sua ajuda, pois minhas fontes de pesquisa são poucas.
A família de meu Tataravô Antonio Rodrigues de Souza morava na Localidade de Pedra D'Água, soube que fica entre Itapajé e Barro Branco, você teria alguns dados ou fotos sobre está localidade.
Dennys Davison de Souza Rodrigues Mota
Parabéns pelo relato histórico e de importância monumental para a sociedade cearense e brasileira. Parabéns.
ResponderExcluirtambem tenho origens em Itapajé.
ResponderExcluirsendo das familia CESAR DE MENEZES
familia ESCÓSSIO
meus trisavós ANTONIO CESAR DE MENEZES e FRANCISCA ESCÓSSIO DE MELO.
como posso ter acesso a cópias desses documentos para arquivo pessoal da familia.
e-mail: michelangelodiamante@yahoo.com.br
Excluirwatsup: 86 9 9839-0211
Estou lendo o livro O PODER E A PESTE - vida de Rodolfo Teófilo, escrito pelo grande LIRA NETO, o maior biografo da atualidade, quando encontrei uma informação que divergia dos meus conhecimentos. Ele afirma que foi PACATUBA a segunda cidade cearense a libertar os escravos. Eu morei por 4 anos em Itapagé e lá era comemorado com feriado Municipal o dia 2 de fevereiro por ter sido o dia da libertação dos escravos naquela.
ResponderExcluirCidade, a segunda do Ceará. Fui procurar informações na internet e fique satisfeito com suas informações: Itapage e Pacatuba aboliram a a escravidão no mesmo dia, porem em horário diferente. Itagé as 9:00 e Pacatuba as 11:00 do mesmo dia e mês 2 de ferevero de 1883.
seu Ribamar, me chamo Gelson, sou daqui mesmo de Itapajé, como faço para encontrar o senhor? quero fazer uma pesquisa encima desse assunto e queria conversar um pouco com o senhor.
ResponderExcluireste é meu Email: g10.andrade@hotmail.com