ABOLIÇÃO
DOS ESCRAVOS DE ITAPAJÉ
2 de
Fevereiro de 1883 / 2 de Fevereiro de 2013
“130 ANOS DE LIBERDADE E CIDADANIA”
PARTE II:
(Final).
HERÓIS E
DOCUMENTOS
OS ABOLICIONISTAS
A História nos ensina
que devemos ser imparciais, para sermos críveis. Assim pensava e dizia Marcus
Tullius Cícero: “O primeiro dever do historiador
é não trair a verdade, não calar a verdade, não ser suspeito de parcialidades
ou rancores”. Assim sendo, prolongando-me, mais um pouco, finalizo
hoje, a narrativa sobre a magnânima data da Libertação dos Escravos de Itapajé,
como vimos na postagem de ontem, dia 1 de fevereiro, em que foram apresentados
os principais momentos importantes daquele evento.
Hoje, concluindo nosso
objetivo de mostrar, com muitos detalhes e informações, os Heróis, fotos,
documentos importantes dessa efeméride. Vamos, portanto, conhecer um pouco dos
envolvidos na Libertação da Escravidão em São Francisco, atual Itapajé, em 2 de
fevereiro de 1883 – Sexta feira.
São Francisco teve
entre seus muitos Arautos da Liberdade, seu filho ilustre Francisco Felipe de
Araújo Sampaio e o Vigário, na época o Padre José Silvino Maria de
Vasconcelos, este último natural do município de Sobral. Vejamos a seguir, algumas
informações sobre os que estavam presentes na efeméride da ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA DE SÃO FRANCISCO - ITAPAJÉ:
FRANCISCO
FELIPE DE ARAÚJO SAMPAIO
Nascido na então vila
de São Francisco de Uruburetama, hoje cidade de Itapajé, em 13 de setembro de
1834. Aos dezenove anos de idade seguiu para a Corte, onde se matriculou na
Escola Militar. Concluído o curso, foi mandado para Belém a fim de montar um laboratório
pirotécnico, conservando-se na capital paraense até 1865, quando partiu para o
Paraguai, cuja campanha fez até os últimos instantes de 1870.
Voltando ao Ceará,
ingressou na política, tendo sido deputado provincial, no biênio 1882-1883, aos 48 de idade. Seus companheiros de Câmara eram: 1 – Capitão Antonio Pereira da
Cunha Callou, 2 – Capitão Arcádio Lindolfo d´Almeida Fortuna, 3 – Capitão
Antonio Moreira de Souza, 4 – Capitão Antonio Antonio Gurgel do Amaral Valente,
5 – Padre Bernardino d´Oliveira Memória, 6 – Capitão Belizário Cícero
alexandrino, 7 – Major Chrisanto Pinheiro d´Almeida Mello, 8 – Tenente Coronel
Custódio Ribeiro Guimarães, 9 – Capitão Francisco Marçal d´Oliveira Gondim, 10
– Padre Francisco da Motta Souza Angelim, 11- Tenente Felippe d´Araujo Sampaio,
12 – Dr. Francisco Barboza de Paula Pessoa, 13 – Dr. Francisco Delfino Ribeiro
Montenegro, 14 – Dr. José Antonio da Justa, 15 – Justiniano de Serpa, 16 –
Padre José Joaquim Coelho da Silva, 17 – Dr. José Mendes Pereira de Vasconcellos,
18 – Tenente Coronel João Paulino de Barros Leal, 19 – Padre João Antonio do
Nascimento Sá, 20 – Padre João Carlos Augusto, 21 – Alferes José Martiniano
Peixoto d´Alencar, 22 – Major João Mendes da Rocha, 23 – Padre José Gonçalves
da Costa, 24 – Capitão Luiz Januário Lamartine Nogueira, 25 – Capitão Miguel
Soares e Silva, 26 – Martinho Rodrigues de Souza, 27 – Capitão Pedro Onofre de
Farias, 28 – Capitão Pedro Jayme d´Alencar Araripe, 29 – Capitão Raymundo
Vóssio Brígido dos Santos, 30 – Capitão Roseo d´Oliveira Jamacaru, 31 – Capitão
Raymundo Carlos da Silva Peixoto e 32 – Padre Sizenando Marcos de Castro e
Silva.
Ardoroso abolicionista
manteve posição sempre avançada na batalha antiescravista, a ele devendo-se a
libertação dos cativos do Ceará e, em especial, a de Itapajé,em 2 de fevereiro
de 1883. Um fato que deve se exaltar é que, no ano de 1880, precisamente,
conforme documentos disponíveis no Instituto do Ceará, cópias em meu poder, o
apresenta como fundador da Sociedade Cearense Libertadora. Aos 8 dias de
dezembro 1880 –– Quarta feira – Assim é relatado: - Funda-se, sob os auspícios
da “Perseverança e Porvir”, a “Sociedade Cearense Libertadora”. O presidente da
Província (42º) André Augusto de Pádua Fleuri - (2 de julho de 1880 a 26 de
fevereiro de 1881) - não comparece ao ato inaugural da sociedade, tendo exposto
a Antônio Martins, na audiência em que o recebe em Palácio, os motivos por que
não iria à sollenidade. Adianta que era de esperar da Cearense Libertadora e
que tinha boas esperanças de que o Ceará fosse a 1ª. Província emancipada. Na
festividade, realizada na Assembléia, fazem-se ouvir José Moreira do Amaral,
Antônio Martins, Gonçalo de Almeida Souto, o secretário da Beneficente
Portuguesa 2 de Fevereiro, João Batista Perdigão de Oliveira (poesia), Papi
Junior, Frederico Borges, Farias Brito, Francisco Dias Martins (poesia), Padre
Dr. João Augusto da Frota, Dr. Guilherme Studart (Barão de Studart), Antonio
Bezerra de Menezes e FRANCISCO FILIPE DE ARAUJO SAMPAIO – o grifo em maiúscula
é meu - e, por fim, o Presidente. Este apresenta à Assembléia os nomes
escolhidos pela “Perseverança e Porvir” para formar a diretoria da “Cearense
Libertadora”: Presidente João Cordeiro; vice José Moreira do Amaral; 1º
secretário, Frederico Borges; 2º, Antônio Bezerra de Menezes; advogados, Dr.
Manuel Ambrósio da Silveira Torres Portugal e cap. Justino Francisco Xavier;
tesoureiro, cap. João Crisóstomo da Silva Jataí; procuradores, José Caetano da
Costa, João Carlos da Silva Jataí, João Batista Perdigão de Oliveira e Eugenio
Marçal. São Libertados três escravos. Inscrevem-se 227 associados. Tocam as
bandas de Música, do 15º Batalhão e da Polícia. Os libertadores usam criptônimo
e na correspondência interna empregam uma espécie de código”.
Abandonando a política,
entregou-se com entusiasmo, aos ideais altruísticos, de fundo sinceramente
humanitário, em especial junto aos cristãos, já que era católico fervoroso.
Graças às suas iniciativas e à sua tenacidade é que foi instituída, em
Fortaleza, a Sociedade de Senhoras de Caridade. Felipe Sampaio era sem dúvida
um filantropo de marca maior. No ano de 1885, precisamente no dia 15 de agosto - Sábado,
participou da equipe de homens que criaram a Conferencia de São Vicente de
Paula. A comissão inicial foi formada por: Padre Pedro Cavalcante Rocha,
Antonio de Salles Sobrinho, Rufino Ferreira de Araujo, Francisco Pinto de
Mesquita, Francisco de Souza Barreto, Joaquim de Souza Santos, João Ferreira de
Araujo, João Marques Carvalho, José Florindo da Silva, Viriato Aprígio Bezerra,
Vicente Alves da Silva, Felipe de Araujo Sampaio e Saturnino Borges de Freitas.
Instalada a sessão e revelado seus objetivos, vieram os discursos de apoio e
promessas em trabalhar em prol pela qual tem objetivos tal entidade. Presidiu
por longo tempo a Sociedade de S. Vicente de Paulo do Ceará, em Fortaleza.
Mudando-se para
Pernambuco, Recife, continuou ali a mesma atividade generosa, ao mesmo passo
que exercia a sub-gerência da Companhia Ferro Carril. A convite desta
transferiu-se para Belém, onde exerceu o cargo de Chefe do Tráfego da Companhia
Urbana Paraense. Faleceu na Cidade de Castanhal em 27 de outubro de 1902.
Possuía todas as
medalhas de campanha do Brasil, Uruguai e Argentina. Um de seus filhos, em
segundas núpcias com D. Paulina Braga, é José Maria Sampaio, muito conhecido no
Rio de Janeiro, pelas suas habilidades artísticas. Felipe Sampaio era filho de
José Andrade Sampaio e de Vicência Ferreira. (Nota do autor: A respeito da
filiação desse herói da Libertação dos Escravos, cabe aqui fazer algumas observações:
Segundo o livro de levantamento genealógico, de autoria de Francisco de Andrade
Barroso, edição de 1990, páginas 46 e 58, constam que Francisco Felipe de
Araújo Sampaio era filho de Gonçalo de Andrade Sampaio, nascido em 30 de junho
de 1774 e falecido em 19 de março de 1857). Já sua mãe era Matilde da Rocha
Furtado (ou Matildes Teresa da Conceição). Consta também na página 58 do mesmo
livro, que Felipe Sampaio teria casado em 15 de julho de 1863, com Jesuína Leal
de Menezes Bastos, falecida em agosto de 1900, era filha de Francisco Teixeira
Bastos e Luisa da Encarnação Bastos, ele o primeiro representante da família
Bastos nesta região.
Padre
JOSÉ SILVINO MARIA DE VASCONCELOS, filho de José
Ferreira de Vasconcelos e Ana Francisca de Vasconcelos. Nasceu em 8 de julho de
1846. Estudou no Seminário de Fortaleza, ordenando-se a 30 de novembro de 1870,
foi vigário de Arataiaçu, por provisão de 7 de janeiro de 1871 e empossado
naquela Paróquia, em 27 de abril de 1871, era natural de Sobral. Antes de
assumir a Paróquia de São Francisco (Itapajé), já vinha exercendo o cargo de
coadjutor desta Paróquia, há um ano, quando foi promovido a vigário
encomendado, por nomeação de 30 de setembro de 1879. Tomou posse do cargo em 19
de outubro de 1879. Não dispondo de boa saúde, o seu paroquiato foi
relativamente curto, de apenas 6 anos. O principal fato em seu paroquiato foi
por está totalmente envolvido na causa da libertação dos escravos de São
Francisco, quando em 2 de fevereiro de 1883, sexta feira, (lua minguante),
celebrou, na manhã daquele memorável dia, a Santa Missa em Ação de Graças pela
libertação dos escravos. Deu realce a catequese das crianças. Faleceu em Sobral
em 28 de fevereiro de 1916, sendo sepultado no cemitério de São José, em Sobral.
ANTÔNIO
BEZERRA DE MENESES - Figura inconfundível nas Letras e na
História cearenses. Nasceu em Quixeramobim, no dia 21 de fevereiro de 1841,
filho do Dr. Manuel Soares da Silva Bezerra e de Maria Teresa de Albuquerque.
Pesquisador tenaz. Exegeta percuciente, muito lhe devem os estudos históricos,
motivo das suas melhores preocupações. Foi um dos fundadores do "Instituto
do Ceará" (Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico), ao qual se
dedicou apaixonadamente, tornando-se um dos seus mais seguros esteios. A
"Revista" do Instituto contém apurados trabalhos de sua pena,
inexcedivelmente fundamentados. O seu livro "Algumas Origens do
Ceará" consagrou-o mestre da interpretação e dos fatos relacionados com o
povoamento do Ceará. Foi também um dos fundadores da Academia Cearense de
Letras da qual é Patrono Cadeira n.º 4 - sendo atual titular o Dr. Raimundo
Girão. Amava de modo especial as ciências naturais, principalmente a Botânica e
a Geologia e bem podemos sentir a sua erudição através da leitura das suas
impressões de viagem, mui notadamente em "Maranguape - Notas de
Viagem" e "Notas de Viagem ao Norte da Província”. Embora haja
tentado formar-se em Direito, não chegou a fazê-lo, voltando de S. Paulo para o
Ceará onde se tornou funcionário público. Por muito tempo residiu no Amazonas,
tendo dirigido o Museu de Manaus e o jornal "Pátria", de grande
prestigio e circulação. As suas atividades literárias o guindaram ao maior
apreço nos meios intelectuais, aparecendo Bezerra, em máxima evidência, nos
principais movimentos desse caráter, tais como, além das duas instituições
citadas, o Centro Literário e a Padaria Espiritual, nesta o seu criptônimo era
- André Carnaúba. Poeta, jornalista, homem de decisões obstinadas, sem qualquer
timidez, pode oferecer todos esses atributos à campanha da Abolição e nela,
depois de João Cordeiro, é de considerar-se a sua mais destacada e desassombrada
atuação. Do mesmo modo, na propaganda republicana. O nome de Antônio Bezerra é
uma constante na tessitura dos fatos e dos feitos cearenses no último quartel
do século passado e nos primeiros lustros da centúria corrente.
Bem justas, pois, são
as palavras de Rodrigues de Carvalho: "No Ceará é figura obrigatória, a de
Bezerra, em tudo que seja manifestação da inteligência". Bem mais
ajustadas ainda estas de outro seu biógrafo: "A obra de Antônio Bezerra,
nas proporções em que se nos apresenta, é um milagre de amor ao torrão natal;
vale, antes de tudo, como um prodígio da vontade sobre as mesquinhas
contingências da vida”. Com efeito, o seu altruísmo nunca o deixou sair da
pobreza material, que no reino do espírito era ele um milionário estróina. Ninguém
amou tanto e tão desprendidamente a sua terra. Viveu para ela, na simplicidade
do seu tugúrio do Barro Vermelho (hoje Bairro Antônio Bezerra) e o que a ela
presenteou de esforço desinteressado, mas altamente construtivo não pode ser
pago em moeda comum. Faleceu em Fortaleza, no dia 28 de agosto de 1921.
ISAC
CORREIA DO AMARAL – Filho de João Antônio do Amaral e
Maria Correia de Melo nasceu em Fortaleza no dia 18 de setembro de 1859.
Faleceu em abril de 1942 na sua aprazível granja "Bonfim", na serra
de Guaramiranga. Aos 12 anos de idade (1871) viajou para a Alemanha, onde
cursou a Liceu Prussiano, na cidade de Altona. Titulou-se em humanidades e teve
que, ao voltar, demorar mais tempo em Lisboa, a fim de reaprender
convenientemente o português. Assim retornava
por haver-lhe morrido o pai. No Ceará alistou-se como endiabrado
partidário das refregas libertadoras, perfeitamente integrado no valioso
concurso que toda a sua família prestava à campanha. Finda esta, procurou o Amazonas onde ainda
pode participar da abolição na vasta Província do Norte. Projetista consumado, de sua autoria foi o
plano de teatro que seria construído no centro da atual Praça José de Alencar e
do qual chegou a levantar os alicerces. Construiu a igreja do Pequeno Grande e
o Parque da Independência, hoje Cidade da Criança. Era homem de ânimo
inquebrável e de mentalidade muito arguta.
JOSÉ
JOAQUIM TELES MARROCOS - Nascido em novembro de 1849, na
cidade do Crato, filho do Padre João Marrocos Teles. Estudou no Seminário de
Fortaleza e esteve a ordenar-se. Se não o fez, pode, todavia apurar ali os
conhecimentos clássicos muito mais o do latim, de que era mestre abalizado.
Jornalista, por propensão, foi um dos fundadores do "Libertador",
através de cujas páginas auxiliou ativamente a campanha antiescravista. Tinha
sobre os ombros as mais arriscadas sortidas. Voltando ao Cariri, montou colégio
e não esqueceu o jornalismo; pelo contrário, montou jornais, tais como "A
Vanguarda", no Crato, e "O Jornal do Cariri", em Barbalha, este
de grande formato. Espírito fundamente religioso, muito concorreu para a ereção
da igreja de São Benedito, de Fortaleza. Faleceu na cidade de Juazeiro do Norte
em 14 de agosto de 1910.
JOSÉ
LIBERATO BARROSO - Conselheiro de Estado, saído do Aracati,
onde nasceu em 21 de setembro de 1830. Bacharel e Doutor em Direito pela
Faculdade do Recife, da qual foi professor. Deputado provincial, deputado
geral, ministro do Império, novamente deputado, senador. Jurisconsulto e homem
de letras, conhecedor total das línguas inglesa, alemã e castelhana, tendo para
elas vertido várias obras de escritores franceses. Muito honrou o Ceará.
Faleceu no Rio de Janeiro em 2 de outubro de 1885.
ANTÔNIO
DIAS MARTINS JÚNIOR, nome que jamais deixaria de estar na
dianteira, onde houvesse uma agitação qualquer dos liberteiros. Nasceu em
Fortaleza, no dia 16 de junho de 1852, filho de Antônio Dias Martins e
Francisca Xavier de Albuquerque. Foi caixeiro de escrita e, depois, funcionário
da Alfândega. Jornalista de pulso dirigiu vários órgãos de imprensa na Capital.
Era admirável cronista e com o pseudônimo Delisle tornou disputados os
“folhetins” do jornal “Constituição” e, mais tarde, no “Libertador”, com João
Lopes Ferreira Filho, os sueltos que saíam com o titulo - A Semana. Com Antônio
Bezerra e Justiniano de Serpa publicou “As três Liras”, livro de versos da
propaganda abolicionista. Usando o criptônimo de Pery, trazia para os jornais
as mais delicadas crônicas. A última parte de “Três Liras” é de sua autoria e
denomina-se “HARPEJOS”. É da tríade o mais poeta, o que mais esteve na
intimidade das filhas de Zeus. Poeta e fino cronista. Com os seus fragmentos
literários, escondido no pseudônimo (mais um) de Peri ou no Peri & Cia.,
quando os escrevinhava em parceria com João Lopes, conquistou o gosto dos
leitores, ao ponto de torná-lo hábito ou vício, tais a sua riqueza verbal e a
suavidade do seu estilo. Das suas incontáveis inspirações transpôs para Harpejos:
“Die Irae”, “Surge et Ambula”, “Estátua de Carne”, “Versos”, ao rolar do trem
para Acarape, “Versos” à libertação da vila de São Francisco, “O Monge de Granito”,
“Visita de Família” e “Contrastes” (5 Sonetos).
O
MONGE DE GRANITO
Original
de Antônio Martins
"Era da
tarde ao fim, que o vi de perto,
Já das brumas
da noite o vulto incerto ...
Um gigante de
pé;
Depois, à luz
do dia contemplei-o,
Fui mais
perto, mais perto - o mesmo enleio ...
"Infinito
galé!"
Como ele é
majestoso! Viu passarem
Com os
séculos gerações a se abismarem
Na tumba das
idades; - sentinela dos mundos no seu posto,
Tem das
procelas rugas, pelo rosto sulcos das
tempestades!
Fez-se monge
. . . Preferiu à cela escura
O ambiente
sagrado da natura,
Entre os
muros azuis da cordilheira;
E aí, n'um paraíso
aos céus aberto,
Constituiu-se
- um marco no deserto
- Ancora da
fé na crença derradeira.
Quem sabe a
sua lenda?
Altos
mistérios . . .
Dorme com as
gerações nos cemitérios
A história
deste herói! . . .
Sondar quem
pode a alma gigantesca
Dessa estátua
sem luz - múmia dantesca
Que o tempo
não destrói.
O povo
aponta-o respeitoso e altivo,
Como a
estátua fatal d´um redivivo ...
Do dilúvio .
. . talvez?
Da arca de
Noé caíra a nado,
Té que um dia
- aportou extenuado
Dos serros no
convés!
Foragido dos
mares, da esperança.
Tanto lutou
que teve na bonança
O seu último
alento;
Hirtos os
membros, cansados, sem conforto,
Ascendeu ao
Calvário antes do Horto - no hérculeo passamento
Tem encelados
os membros de granito,
Rolou lá das
alméias do infinito dorso dos destroços.
DOCUMENTOS E
FOTOS
(Um pequeno detalhe - Eu, Ribamar - sou a nona assinatura dessa Ata.).
PENSAMENTO DO DIA
“Nada no mundo se compara à
persistência. Nem o talento; não há nada mais comum do que homens malsucedidos
e com talento. Nem a genialidade; a existência de gênios não recompensados é
quase um provérbio. Nem a educação; o mundo está cheio de negligenciados educados.
A persistência e determinação são, por si sós, onipotentes. O slogan "não
desista" já salvou e sempre salvará os problemas da raça humana.” – Calvin Coolidge
Fico devendo, momentaneamente, a divulgação da ATA DO CINQUENTENÁRIO DA ABOLIÇÃO, de 2 de fevereiro de 1933, que também tenho em meus "bagunçados" arquivos.
Ribamar ramos
Fortaleza 2 de fevereiro de 2013
BOA NOITE / BOM DIA.
"Acredite: É possível tornar Itapajé mais conhecida, principalmente por seus filhos! Basta não desistir!!!"
Parte da bibliografia que me utilizei foi
apresentada na postagem anterior.
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