TÚNEL DO TEMPO DA HISTÓRIA DE ITAPAJÉ
FATOS E EFEMÉRIDES DO DIA 9 DE MAIO, NA HISTÓRIA DE ITAPAJÉ.
107º. ANIVERSÁRIO NATALÍCIO E 22º DE SAUDADE
FRANCISCO
MOREIRA DE SOUSA
(9 de maio de 1907 e faleceu em 24 de
junho de 1992)
FRANCISCO MOREIRA
DE SOUSA
"MOREIRA"
9 de maio de 1907.
Hoje, 9 de maio –
Quinta feira, se ainda contássemos com a presença de FRANCISCO MOREIRA DE SOUSA
- O precursor da radiofonia local, com certeza, já pela madrugada teríamos
ouvido as valsas, dobrados e outras modinhas, que costumeiramente nesse dia,
Moreira fazia tocar em seu Serviço de Alto Falantes Royal, de sua propriedade.
Lamentavelmente,
hoje, dia de seu aniversário, o silêncio predominou! Que tristeza! São passados
apenas 22 anos, (ou 240 meses ou ainda, 8.035 dias, aproximadamente) e Itapajé,
a meu ver esqueceu-se do nosso “Primeiro Comunicador”. Ah! Povo de memória
curta. Será que, diferentemente do ano passado, alguma emissora de rádio local
lhe fará alguma homenagem? Não podemos deixr de lembrar e, especialmente, lhe fazer
uma homenagem! Esta data, que era tão importante para ele e muito agradável
para nós. Coisas dos tempos modernos, em que tudo é descartável, efêmero e sem
importância. Sinal dos Tempos, como diria o saudoso Paulo Vieira de Mesquita.
O “Serviço de Alto
Falantes Royal”, por várias décadas foi o principal, quiçá, o único meio de
comunicação existente em Itapajé. Indiscutivelmente prestou relevantes
serviços a nossa comunidade. Quando o assunto era para ser conhecido por todos,
não havia dúvida, “divulgar no Moreira”.
Além do pioneirismo
na rádio difusão, Moreira também foi dono de Clubes de dança. Os famosos Royal
e Royalzinho. Muitos jovens, e também “velhotes” dançarinos, embalaram suas
noites de Sábado ao som de bons conjuntos musicais que eram contratados para
animar os famosos bailes de sábados à noite. A vigilância para que somente as
“moças de boas famílias” frequentassem o principal, que era Royal era cuidado
com muito rigor. O ilustre Itapajeense, já falecido, Dr. Paulo Vieira de
Mesquita, contava muitos “Causos” sobre essa exigência.
Moreira pouco se
posicionava com relação a assuntos críticos, especial os cunho religiosos e
eleitorais políticos, que envolvessem assuntos sérios. No entanto, na década de
1980, quando da disputa eleitoral, salvo engano, em que se enfrentaram os
candidatos Raimundo Vieira Neto e Luiz Gonzaga Saraiva, ao tomar conhecimento
do candidato vencedor, pelo qual torcia, logo ao saber do resultado, ligou o
Serviço de Alto Falante Royal, à toda altura e fez tocar uma musica do Benito de
Paula, cuja letra dizia: “Tudo está no seu lugar, graças a Deus, graças
a Deus...!”. A audácia lhe trouxe um grande susto.
O prédio onde
funcionava o Serviço de Alto Falante Royal era de propriedade do Sr. Avelino
Bernardo Forte, de saudosa memória, torcedor e partidário do candidato
derrotado. Achando o do amigo Moreira indelicado pediu-lhe jamais repetisse tal
atitude. Fez isso, com certeza, muito mais como brincadeira que por ameaça, já
que sentia uma imensa simpatia pelo amigo Moreira. Falam-se de que Moreira não pagava
absolutamente nada de aluguel daquele prédio de propriedade do Sr. Avelino
Forte.
Muitos eram os
frequentadores do Bar Royal, inclusive o Sr. Avelino. Moreira, inteligentemente
aproveitar-se da abrangência do sistema de som, para fazer suas cobranças dos
anunciantes que deixavam fiado algum serviço prestado. Dizia: “Atenção
fulano de tal, se tu não vieres me pagar até amanhã eu vou dizer teu nome aqui
na radiadora”. A ameaça quase sempre surtia bons resultados!
Orleans Pinto de
Mesquita, funcionário municipal, responsável pela limpeza pública e conservação
das praças, fora chamado muitas vezes para resolver alguma bagunça na Praça
Duque de Caxias, atual Praça da Assembleia de Deus. Certa vez o chama dizendo: “atenção
Orleans! Vem urgente tirar esses jumentos que estão transando aqui na praça!”.
Agora, em matéria
de humildade, Moreira era o arquétipo vivo. Excetuemos somente, quando “nos
festejos de seu aniversário”. Naquele dia, o dia todo. Era um verdadeiro Dia de
Festa”. Talvez por carência afetiva, já que Moreira jamais manteve, pelo menos
publicamente, um relacionamento amoroso ou conjugal. Vivia apenas em função e
para seu trabalho e por um “filho do Coração” o José Valdir, que conseguiu
educar, formando-o Engenheiro Civil, hoje alto funcionário da Prefeitura
Municipal de Fortaleza.
Naqueles “dias
noves de maios”, dia de seu aniversário, toda Itapajé, aqui, parafraseando José
de Alencar: “Na surdina merencória da manhã, precedendo o silêncio da
noite, substituía-a pelos sons maviosos da boa música”. A partir das
madrugadas, uma programação era totalmente dedicada a ele mesmo. O repertório
era maravilhoso! Músicas Divinas – a Valsa Branca de Zequinha de Abreu era
tocada no início de cada bloco musical, aí seguiam-se outras tantas músicas
maravilhosas, sempre acompanhadas do auto oferecimento.
Às vezes outras
pessoas ofereciam-lhe também mensagens e homenagens. Lembro-me que em 9 de maio
de 1973, o Grupo de Jovens o “MOJOVITA – Movimento Jovem de
Itapajé”, do qual participavam muitos jovens à procura de afirmação junto a
Deus. Nessa oportunidade resolvemos eu, Ribamar Ramos, Socorro Dutra, na época
minha namorada, Rita, Vilani e De Assis Rodrigues, o sacristão da Paróquia, -
filhos do Sr. Epifânio Rodrigues – que também mereceu deste blog uma homenagem,
pela passagem de seu aniversário natalício, ocorrido no dia 8 de maio de 2014,
ontem, portanto - e dona Luiza; Úrsula Dutra, Rafael “Brasil”; Zulmira e muitos
outros jovens sonhadores e utopistas determinados a prestar uma homenagem ao
velho “radialista” e, por alguns minutos, mesmo com visível oposição do
aniversariante, assumimos o microfone do serviço de som e fizemos diversas
dedicatórias, coisas muito alegres, características de jovens de vinte e poucos
anos.
O MOJOVITA recebia
a orientação religiosa de Irmã Cordimariana, Irmã Jandira, a mais meiga,
compreensiva, amiga orientadora, que jamais conheci. Se nossos planos de
homenagear Moreira tivessem sido descobertos por Irmã Jandira, nossos
propósitos não teriam sido concretizados. Desobedecemos nossa mestra.
Moreira foi
realmente muito especial e querido, por todos nós itapajeenses, novos e velhos,
homens e mulheres.
Outra “Moreirisse”
que causou um certo incômodo foi quando do falecimento do Dr. Manuel Capelo
Caamano, no dia 29 de março de 1979. Já passava das 22 horas quando, a
pedido do Dr. Eldo Rios Louzada é feito o comunicado do falecimento do querido
médico, no Serviço de Alto Falantes Royal. A excepcionalidade era preciso, pois
o corpo do Médico-amigo de Itapajé seria transladado para Fortaleza, logo nas
primeiras horas da manhã seguinte.
Isso provocou um
constrangimento muito grande, principalmente nas pessoas de idades avançadas, dado
ao fato do médico ser muito querido em Itapajé. Isso era a cara do velho
radialista. O inusitado anúncio se fazia, portanto, indispensável e necessário,
pelo fato dos familiares de Capelo ter de transladar o corpo para o
sepultamento em Fortaleza.
Quando mais
jovem, viajou ao Rio de Janeiro, ao retornar a sua terra, algum tempo depois,
prometeu nunca mais ausentar-se dela. Seus pais eram: Joaquim de Sousa Leal e
Maria David Leal. Dessa união nasceram os seguintes filhos, aqui não será
obedecida à ordem cronológica de nascimento: Francisco das Chagas Sousa Leal,
nasceu 26 de março de 1900; José Sousa Leal, nasceu em 15 de agosto de 1896,
sexta feira, faleceu em 20 de julho de 1971, aos 71 anos. Roberto Sousa Leal,
nasceu em 19 de setembro de 1898, faleceu em 12 de dezembro de 1955. Maria das
Chagas Sousa Leal, Neném de Sousa Leal, (Nascida em 27 de outubro de 1892,
terça feira. Faleceu em 4 de abril de 1945. Raimundo Sousa Leal, apelidado de
Calunga, nasceu em 27 de fevereiro de 1905, terça feira, faleceu em 14 de
fevereiro de 1936. Beleza David Sousa Leal, nasceu em 22 de novembro de 1902,
segunda feira. Nenzinha Sousa Leal, nascida em 14 de novembro de 1894, quarta
feira. Faleceu em 3 de maio de 1966. Maria de Sousa Leal, nasceu em 4 de
outubro de 1864, faleceu em 15 de janeiro de 1947.
Itapajé pouco fez,
até o momento, para homenagear esse tão importante filho. Ainda está em tempo.
Com a palavra os Poderes: Executivo e Legislativo.
A cronologia acima
foi copiada de um documento escrito pelo pai de Francisco Moreira de Sousa, Sr.
Joaquim de Sousa Leal que era casado com Maria David Leal, datado de 26 de
fevereiro de 1959 - Quinta feira. Em meu poder cópia (digitalizada) das
informações acima. Moreira nasceu em 9 de maio de 1907 e faleceu em 24 de junho
de 1992, uma Quarta feira, esquecido pela comunidade, pela qual prestou
relevantes serviços.
A primeira postagem
foi no dia 9 de maio de 2012:
http://itapagece.blogspot.com.br/2012/05/francisco-moreira-de-sousa-moreira-hoje.html
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ESTIMATIVA POPULACIONAL DE ITAPAJÉ – INÍCIO DO TERCEIRO MILÊNIO - 2001
2001 – 9 de
maio – Terça feira. Segundo divulgação do IBGE, constam às seguintes
informações sobre nosso município: População total: 41.039, sendo que desses,
20.432 são homens e 20.607 são mulheres. Na área urbana a população é de 27.411
habitantes, sendo 13.328 homens e 14.083 mulheres. Na zona rural somam total é
de 13.628, sendo que desses, 7.101 são homens e 6.524 são mulheres.
Pesquisa e fonte:
Ribamar Ramos.
Ribamar Ramos
Fort 9-05-2014
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