terça-feira, 24 de junho de 2014


TÚNEL DO TEMPO DA HISTÓRIA DE ITAPAJÉ


ANIVERSÁRIO DE SAUDADE:

ANTÔNIO DIOGO DE SIQUEIRA
1 de setembro de 1864 / 24 de junho de 1932

1864  -  1 de setembro. Quinta feira. Nesse dia nasce Antônio Diogo de Siqueira, em São Francisco de Uruburetama (atual Itapajé), iniciou sua vida profissional, como marchante, ao lado do pai. No desempenho dessa atividade. Também tentará a sorte na Amazônia, para onde se transferirá, em busca de melhores condições de vida, na primeira metade da década de 1880.
                   Após breve permanência naquela região, retorna ao Ceará e continua atuando exclusivamente no abate de gado e comércio de carnes até constituir, juntamente com Antônio José de Souza e Joaquim Martins Júnior, a firma Souza, Martins & Cia., com o objetivo de instalar uma saboaria na P. de Pelotas (atual Praça Clóvis Bevilácqua – em Fortaleza). É oportuno lembrar que Antônio Diogo foi sócio também dos supracitados marchantes, de Francisco de Araújo Barros e de seu irmão, Diogo Henrique de Siqueira, em outra firma, a Siqueira, Martins, Barros & Cia., cuja finalidade era a exploração da marchantaria.
                   Em 1902, Antônio Diogo é eleito para 1º. Tesoureiro da Diretoria da Sociedade Mutuária Cearense, com mandato desse ano até 1904. Cabe lembrar que essa sociedade benemérita foi fundada, a 15/08/1901, com o fim de garantir pequeno patrimônio às famílias de seus associados, quando falecidos em pleno gozo de seus direitos de sócios.
                   Em 1904, deixa ele a Souza, Martins & Cia. e constitui sua própria firma, denominada A.D. Siqueira & Cia., que tem como objetivo principal a instalação e a exploração de uma fábrica de sabão e resíduo de caroço de algodão, no cruzamento dos boulevards Duque de Caxias e Imperador, batizada de Santa Elisa, em homenagem a sua esposa.
                   Segundo o Almanaque do Ceará de 1906, Antônio Diogo é o arrendatário do quiosque n° 2 da Avenida Nogueira Accioly naquele ano. É oportuno lembrar que a referida avenida se situava na atual Praça José de Alencar.
                   Em 1907, segundo o censo industrial daquele ano, a firma A.D. Siqueira & Cia. tinha um capital de 80 contos e sua fábrica, a Sta. Elisa, empregava 33 operários, utilizava 6 c.v. de força e tinha o valor de sua produção estimado em 186:600$000.
                   No último governo do Comendador Nogueira Accioly (1908 – 1912), Antônio Diogo ganha, juntamente com membros da família do oligarca, de quem era apadrinhado, um contrato para monopolizar os talhos de carne do Mercado Público de Fortaleza.
                   Em 07/11/1916, estabelece uma nova firma, a A.D. Siqueira & Filho, que sucederá a A.D. Siqueira & Cia., com capital social de 600 contos de réis e com o objetivo de, além de extrair óleos vegetais e produzir sabão, fabricar fios de algodão na Fábrica Sta. Elisa.
                   Em 1919, a Fábrica Santa Elisa tinha o capital de 250 contos, empregava 70 operários, possuía 2.000 fusos e utilizava 80 c.v. de força.
                   Nesse ano, Antônio Diogo participa da fundação do Centro Industrial Cearense, na condição de vice presidente.
                   Seus negócios já prósperos, prosperariam, ainda mais, durante a década de vinte,  - (1920) - quando a economia cearense passa a viver uma fase de grande dinamismo, baseado, sobretudo, na expansão de sua cotonicultura.
                   No começo daquela década, Diogo, além de continuar extraindo óleos vegetais e fabricando sabão e fios, passa a produzir tecidos e prensar algodão, em grande escala, para exportação. Simultaneamente suas atividades no comércio de exportação, passa a se dedicar ao comércio de importação.
                   Na primeira metade dos anos vinte, ainda, dá início a uma série de associações com outros empresários, através das quais diversificará, mais ainda, seus negócios.
Em 1922, constitui, juntamente com João Caminha Muniz e Raymundo A. P. Motta, a firma Caminha, Diogo & Cia. Ltda., que explorará o ramo de fumos e seus preparados, e que, posteriormente, será uma das sócias da Philomeno, Markan & Caminha Ltda. Em 1924, tendo como seu representante Antônio Diogo de Siqueira Filho, constitui a firma Boris, Siqueira, Lima e Cia., juntamente com a Boris Frères & Cia., Gustavo Correia Lima e a Machado & Caminha, com o objetivo de beneficiar algodão, em Iguatu. Em 24/10/1924, constitui a Siqueira, Gurgel, Gomes & Cia. Ltda., que instalará a Usina Ceará.
                   No segundo lustro dos anos vinte, atinge Diogo o apogeu de sua capacidade empreendedora.
          Nesse período, expande ele sua atuação no ramo têxtil, ao adquirir (por volta de 1925) a Fábrica Ceará Industrial, que pertencia a Boris Frères, e ao arrendar a Fábrica Santo Antônio, da Andrade & Cia. (em torno de 1927 e que adquirirá definitivamente em 1930). Ao mesmo tempo em que expande a capacidade de produção de fios da Fábrica Santa Elisa, onde, como consequência da instalação da Usina Ceará, não mais serão extraídos óleos e fabricados sabões.
                   No ramo têxtil, ainda, Diogo se envolverá na construção da Fábrica São José, na qualidade de sócio da firma Frota, Siqueira & Cia. Ltda., constituída em 1926 e cujos outros sócios eram Raymundo da Silva Frota e a firma Philomeno Gomes & Cia. Por desentendimentos pessoais com Pedro Philomeno, não chegará ao final desse empreendimento, retirando-se dessa firma em 1927.
                   O Cel. Antônio Diogo continuará, ainda, na segunda metade dessa década, a beneficiar algodão na Fábrica Sta. Elisa e a prensá-lo, para exportação, na Prensa Diogo. Como beneficiador e exportador de algodão, também estará vinculado, através de seu filho Diogo Vital de Siqueira, à firma Exportadora Cearense Ltda., constituída em 1925 e que tinha também como sócios as firmas: F. Moreira & Cia.; J. Arruda &Irmão; Joaquim Gonçalves & Cia.; Fernandes & Franco Ltda.; e, mais ainda, Sebastião Moreira de Azevedo e Bernardo Jucá.
                   Diogo coroará suas atividades como marchante, das quais nunca se afastou, com a constituição, em 1925, da Empresa Matadouro Modelo Ltda., juntamente com Arthur Themotheo (marchante), Abel Ribeiro (capitalista) e outros sócios minoritários, com o objetivo de construir e explorar um matadouro modelo em Fortaleza. A suspensão da concessão de exploração desse matadouro se daria durante a interventoria de Fernandes Távora (1930-1931).
                   Foi ele, também, fazendeiro e pecuarista, tendo sido proprietário de grandes fazendas em Quixeramobim, Senador Pompeu, Caio Prado (à época Cangati) e Pajuçara (Maracanaú), onde praticava a cotonicultura ou culturas de subsistência (como na Laje, em Caio Prado, e na do Acarajuzinho, em Pajuçara), bem como a pecuária (como na Currali, Fofor e Primavera). Dessas fazendas extraía também lenha, em grande quantidade, que era vendida a Estrada-de-Ferro de Baturité e a “The Ceará Tramway Light and Power, Co. LTD.”.
                   Como expressão da sua prosperidade, constitui, em 24/08/1927, a firma A.D. Siqueira & Filhos (em substituição a A.D. Siqueira & Filho), com um capital de 4.000 contos de réis.
                   Quando decide instalar a Fábrica de Cigarros Araken, que será inaugurada em 1928, Diogo Vital de Siqueira contará também com recursos financeiros do seu pai, o Cel. Antônio Diogo. Antes de sua morte, em 24 de junho de 1932, o Cel. Antônio Diogo, ainda expandiria seus negócios, sobretudo no ramo têxtil - (como co-associado da Fiação São Luiz Ltda. e da Empresa de Fios e Redes Ltda. e bancário - como Presidente do Banco dos Importadores de Fortaleza e Diretor – Conselheiro do Banco dos Proprietários).

                   O patrimônio deixado por ele atingiu o valor total de 8.194:259$444, tendo ficado, para sua viúva, 4.097:129$722 e, para cada um dos seus 14 filhos, 292:652$123 - (Formal de partilha de seus bens registrado no Cartório Silveira Martins).
Itapajé ainda não lembrou da importância desse ilustre filho. Fortaleza, ao contrário, o homenageia com o nome da Escola Municipal Antônio Diogo de Siqueira, no bairro Bonsucesso. Ainda dá tempo para corrigir este “descaso”. Infelizmente não consegui foto de nosso homenageado de hoje. Que pena! Se alguém tiver, gentileza entrar em contato com este blog, ou no meu FACE: Ribas Ramos.


ANIVERSÁRIO NATALÍCIO (E DE SAUDADE):

NEUTELZINHA DE MENESES BASTOS, nasceu em 24 de junho de 1875. Filha de  Neutel Pinheiro Bastos, (nascido em 1846 e falecido em 24 de janeiro de 1899, e de Francisca Argentina de Meneses Bastos, filha de Pedro Teixeira de Aguiar e de Ludovina Messias de Meneses, filha de Joaquim Correia Lima e de Argentina Maria de Jesus). Casou-se em 07 de janeiro de 1890, com apenas quinze anos, com o Doutor Manoel Nogueira Borges, engenheiro, falecido em 15 de agosto de 1900. Manoel era filho de Raimundo Xavier Nogueira e de Ana América da Ponte, naturais de Sobral. Ana América da Ponte era filha de Vicente Ferreira da Ponte e Ana Florência da Silva. (Fonte: A Genealogia de Itapajé – Hélio Pinto).


EFEMÉRIDE:
1963  -  24 de junho - Segunda feira. ARISTÓTELES ALVES CARNEIRO, aposentou-se como Escrivão da Coletoria Estadual de Itapajé.



ANIVERSÁRIO DE SAUDADE:
ISRAEL BASTOS CARNEIRO

1 de janeiro de 1915 / 24 de junho de 1988

1915   -  1 de janeiro – Sexta feira. Nasce ISRAEL BASTOS CARNEIRO, casado com Maria Mirtes Sampaio Braga, filha de Anastácio Barroso Braga e de Sirila Sampaio Barroso Braga, de tradicionais famílias de Uruburetama, em 29 de fevereiro de 1947. Israel era comerciante e agropecuarista e um dos maiores produtores agrícolas de Itapajé. Político por formação e tradição foi por três vezes Vereador. Pertencia ao Clube Progressista. Faleceu em 24 de junho de 1988.




ANIVERSÁRIO DE SAUDADE:

FRANCISCO MOREIRA DE SOUSA
(9 de maio de 1907 e faleceu em 24 de junho de 1992)
107º. ANIVERSÁRIO NATALÍCIO E 22º DE SAUDADE














FRANCISCO MOREIRA DE SOUSA
"MOREIRA"

Moreira nasceu em 9 de maio de 1907 e faleceu em 24 de junho de 1992, uma Quarta feira, esquecido pela comunidade, pela qual prestou relevantes serviços!



FRASE DO DIA

"A história é testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos tempos antigos." 
Marcus Tullius Cícero


Por hoje é o que tenho para contribuir, mesmo que modestamente, para um melhor conhecimento da História de Itapajé. Um abraço. Ribamar Ramos. Fortaleza, 24 de junho de 2014.

Ribamar Ramos
Fortaleza 24-06-2014
Boa noite / Bom dia!
(Textos próprios e baseado, com fontes citadas).

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