terça-feira, 17 de julho de 2012





DITO E FEITO!

 Como prometi ontem faço hoje, 17 de julho de 2012, duas postagens sobre nosso “Itapajezinho de açúcar”, como diria Paulo Vieira de Mesquita. Inicialmente vamos lembrar um pouco de nosso Itapajé antigo, em artigo escrito na Folha de Itapajé, de Agosto/Setembro de 1983, exemplar n.º 5, ano I. (Original em minha modesta hemeroteca).
A segunda parte mostrará o “primeiro lote” das fotos do pessoal do antigo MOBRAL, bem como de algumas autoridades da época. Divulgarei, provavelmente, em 4 ou cinco postagens futuras, já que o número de fotos é bastante significativo: aproximadamente 120 fotos.
Divirtam-se com as lembranças de nossa Itapajé Antiga. Ainda nesta semana falarei, um pouquinho sobre o aniversário de Itapajé – 20 de julho.

Ribamar Ramos
Itapajé, 17 de julho de 2012
Boa noite / Bom dia









FRASE DO DIA
“O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...” Mário Quintana



MEU ITAPAJÉ ANTIGO ( I )

Paulo Vieira de Mesquita

(Folha de Itapajé- Ano I -  n.º 5 Ago/Set 1983)

 


Paulo Vieira de Mesquita - 09/07/1937 / 19/05/1987.

“Muitos conterrâneos saudosistas me sugeriram continuar lembrando os tempos e os costumes esquecidos, ou nunca bastante lembrados. Deitemos-­nos em cheirosa rede-de-meio, com uma cuia de farinha de torrado, com castanha na mão, e vamos lá: Lá vão os irmãos do Santíssimo, com suas batas rubro-negras nas procissões.

Aliás procissão sem o Toinho Folgazão e o Zé Massa Crua, brigando prá levar o Cruxifixo, bem na frente, não funciona. Delegação de futebol sem o Héliodoro como integrante, não emplaca. E as peladas na rua Grande revelaram quantos craques? E o Melquíades alugando bicicletas a todos, menos ao Manuel de Plácido, de saudosa memória? Que saudades das serestas com o Compadre Vicente Eduardo,  dando o "BOA NOITE", e levando o bolo no bolso prá comadre Haydê; os cantores da terra dando o  seu recado, alguns de lanterna e letra nas mãos como o saudoso Nereu.
E toca a recordar... Os filhóis do Seu Chico Valdevino, com o repente: "Filhóis na boca uma coisa louca. Filhóis na bunda uma coisa imunda". Festa, animação, novena, sentinela, prá cada acontecimento, a brilhantina certa comprada, "de mercado", na loja do parente Coquinho. E a pensão Estrela? Quem não lembra. Sou dos tempos do simplesmente, plenamente e distinção e louvor, sem esquecer o caderno Avante. E os partidos SEMPRE-VIVA e AMOR PERFEITO.
Sou dos tempos do reisado com papangu e vaqueiro e da dança de São Gonçalo. Sentinela com "incelen­ça" cantada a noite toda, a cana rolando braba, o pobre do defunto te­so e esquecido. Hoje não se come mais mariola nem manzape, só doce de lata. As cocadinhas servidas em papéis de embrulho, e os pirulitos ou quebra-queixo são quitutes do passado.
 Na época meu terno, primei­ro e único, feito pela Matilde, linho acetinado branco, era muito conhecido por questões óbvias, mereceu de certos Nonatinho e Ari o apelido de BRANCHU HJ. Depois de engomado, no grude podia botá-lo de pé, que ele ficava. Não havia água encana­da, então o banho da moda era no Pragatão, e depois no Antônio Brioso, lá no açude.
Ante minha imaginação começa agora o desfile dos tipos populares: Chico Bobobô, a Dassa que virou ditado, o Paulo Sobral passando um café de primeira; Zé Braz, que chorava à simples men­ção de que fora o melhor baterista de Itapajé; Aninha pai-dégua com seus 40 anéis e outros tantos cachorros; Continência e Sumidaro, que não tinha direito a nada, eterno apaixonado de uma Zilmar Goiabada que nunca existiu. Chegamos. Vamos tomar um café forrado em casa com tapioca e beiju. Droga. Só tem café solúvel com torrada dietética. Sinal dos Tempos”.


FOTOS DO ANTIGO MOBRAL
















Até a próxima oportunidade. Ribamar Ramos

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