terça-feira, 8 de maio de 2012


JOÃO RIBEIRO PESSOA MONTENEGRO
Major João Ribeiro

João Ribeiro Pessoa Montenegro, filho primogênito de Ignácio Ribeiro Pessoa Montenegro e Constança do Espírito Santo Ferreira Go­mes Montenegro, nasceu na Fazenda Pedrinhas, a 4 de Fevereiro de 1843, em Santana.
João Ribeiro teve sua infância e adolescência em Santana indo depois para Pernambuco, estudar no Seminário Arquidiocesano de Olinda, seguindo a tradição de alguns de seus ascendentes.
Já diácono tonsurado, voltou em férias, acompanhado de um cole­ga seminarista, também de Santana e juntos costumavam passear e estu­dar na casa de Francisco Anastácio Sousa, pai do colega e de suas lindas irmãs. João Ribeiro, encantado com a beleza de Thereza, a irmã do ami­go, deixou de lado a sotaina e a primeira tonsura, e não voltou mais ao Seminário para receber as Ordens Sacerdotais, tão almejadas pela família. Casou-se com Theresa Aleluia, nasceu a 7 de Abril de 1849, Sábado, na Fazenda Campo Alegre e como dote ganhou a fazenda "Ingá". Ela. Seus pais eram Francisco Anastácio do Carmo e Umbelinda do Carmo Sousa.
João Ribeiro iniciou a vida como comerciante e fazendeiro, cuidando de suas duas fazendas "Pedrinhas" e "Ingá", assumindo depois também o cargo de Tabelião Vitalício e Advogado de Provisão, na Cida­de de Santana, onde nasceram todos os seus 16 filhos. Tendo falecido 6, restou-lhe 10 que serão nominados abaixo.
Situações políticas adversas em Santana deram-lhe desgosto e ele resolveu transferir seu Tabelionato para outra cidade, escolhendo São Francisco de Uruburetama, em 1894, onde contava com a amizade e o apoio do Chefe político Coronel Neutel Pinheiro Bastos, líder político local e representante de importante família.
Deixou em Santana a sua filha Umbelina Othilia, que estava re­cém-casada com seu primo, Francisco Sabino da Costa Júnior.
Instalado em São Francisco de Uruburetama, depois de alguns anos resolveu tentar a sorte no Amazonas onde tinha tios e primos em boa situação financeira, quis também fazer fortuna. Deixou recomendações a seu fornecedor local para que suprisse a família de tudo o que precisasse para a sobrevivência durante sua ausência, pois logo voltaria para busca-­los e "ajustaria as contas". Voltaria rico
Cedo se decepcionou da dura e insalubre vida do Norte, desistindo das promessas ilusórias de riqueza imediata tão propaladas. Ganhou, con­tudo algum dinheiro e, ao voltar, foi rápido perguntar ao comerciante e amigo sobre a sua divida gerada pela família. Qual não foi o seu espanto quando o amigo respondeu-lhe que nada devia, pois sua esposa tudo com­prara em dinheiro sonante. Admirado, perguntou a Theresa como tinha sido esse milagre, ao que ela respondeu: "Eu não ia encher-lhe de dividas estando você lutando pela sua família no Norte. Com minhas filhas, cos­turei, bordei, fiz doces e bolos para as amigas, minha filha Hosana abriu uma escola, e fazendo economias com o que você deixou, tentei não sacrificá-lo quando voltasse". Era uma mulher forte e de grande valor.
Voltando a trabalhar em São Francisco de Uruburetama, atual Itapajé, nos ofícios de Tabelião de Notas, Público e Judicial, Júri e Execuções Criminais; e Oficial de Registro Civil e Hipotecas, terminou os seus dias na bela região serrana. Aconteceu que, além de bela, a região era muito longe da civiliza­ção, região violenta e de pouco cultura, os seus cargos e ofícios fizeram-no sofrer inconfessáveis perseguições e ameaças de morte.
De uma vez, chegou um jagunço a cavalo, defronte a sua janela e atirou diretamente para matá-lo, atingindo, felizmente, só o chapéu, pois tinha acabado de chegar a casa. Era uma ação encomendada por um fazendeiro, insatisfeito pelas atitudes justas, corretas e honestas que sem­pre pautou a sua vida, e as quais não estavam acostumados, antes dele.
A residência que abrigava sua família era um imóvel pertencente a Neutel Pinheiro Bastos, seu amigo e protetor. Ficava localizada, onde é hoje, (2012) – a casa de morada de José Eudes de Castro, filho de Aprodígio Marcelino de Castro, na Rua 2 de Fevereiro.
João Ribeiro e Thereza tiveram 16 filhos, dos quais, somente relacionados 10.

1.     Umbelina Othilia Pessoa.
2.     Constança Pessoa Montenegro
3.     Maria Hosana Pessoa Montenegro
4.     Anna Lydia Pessoa Montenegro
5.     Izabel Pessoa Montenegro
6.     Theresa Aleluia Pessoa Montenegro
7.     Maria Deolinda Pessoa Montenegro
8.     Maria Plenitude Pessoa Montenegro
9.     João Ribeiro Pessoa Montenegro Filho
10.                       Francisco Ribeiro Pessoa Montenegro.
A matriarca Theresa Aleluia faleceu em junho de 1897, com 48 anos,  deixando-o marido viúvo aos 54 anos de idade, com os filhos ainda muito jovens. João Ribeiro, não mais casou. Sua esposa foi sepultada na Matriz de São Francisco de Uruburetama na primeira coluna da igreja, vindo do altar, à direita de quem entra. Nove anos depois, em 29 de setembro de 1906, Sábado, João Ribeiro faleceu e é também sepultado na mesma matriz, na coluna se­guinte, um defronte do outro, marcados por placas de bronze.
Itapajé homenageia-lhe dando sem nome a um logradouro público: Largo Major Ribeiro, o acesso que liga a Praça Ricardo Carneiro à Rua Manuel Luiz da Rocha.

Ribamar Ramos
(texto baseado em original de Iolanda Montenegro)


4 comentários:

  1. Senhor Ribamar adorei conhecer a história da minha família, gostaria de saber se o senhor tem alguma foto da minha tataravó - Theresa Aleluia Pessoa Montenegro e do meu tataravô João Ribeiro Pessoa Ribeiro deles juntos.Caso tenha poderia colocar em seu Blog....Agradeço desde já.

    Pois ainda falta a deles, pois tenho somente as do meu avó - João Montenegro Fernandes. E tenho também a do José Fernandes do Rego e Thereza Aleluia Pessoa Montenegro meus Bisavós.

    Karilena Alves Montenegro Fernandes.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Karilena. Me chamo Andrea Brandao. Temos os mesmos bisavós!!!! Minha avó,filha deles, chamava-se Raimunda Fernandes Brandão (nome de solteira: Raimunda Montenegro Fernandes). Era neta de Joao Ribeiro Pessoa Montenegro. Gostaria muito de ter cópia da foto de nossos bisavós!!!!! Meu email é avbrandao@hotmail.com

      Excluir
  2. Nossa!
    fiquei bastante curioso em sabe a origem dessa família que tem como sobrenome: "PESSOA", de certa forma acho que também faço parte pois também tenho esse sobrenome!

    -Francisco Alison de Mesquita Pessoa

    ResponderExcluir
  3. No AMAZONAS, sua irmã Maria Florência Ribeiro Pessôa (minha trisavó), seu marido Joquim Rodrigues da Motta e seus filhos ( Sérgio Rodrigues Pessôa, Raimundo, Polidoro, Ignácio Ribeiro Pessôa Neto, Maria Florência Sarmento Pereira (minha bisavó)... foram esses parentes que receberam o João Ribeiro Pessôa Montenegro), eles em meio as dificuldades, properaram, uns permaneceram em Manaus e seus descendentes até hoje moram lá, sou uma deles! Os demais migraram para Boa Vista, Acre, Pará, isso até onde sei.

    ResponderExcluir