quarta-feira, 16 de maio de 2012


TEXTOS MOTIVACIONAIS

NARCISO E O LAGO

“O Alquimista pegou um livro que alguém na caravana havia trazido. Enquanto folheava suas páginas, encontrou uma história sobre Narciso.
O Alquimista conhecia a lenda de Narciso, um rapaz que todos os dias se debruçava na margem de um lago para contemplar sua beleza. Era tão fascina­do por si mesmo que certa manhã, caiu no lago e morreu afogado. No lugar onde caiu, surgiu uma flor, que chamaram de Narciso.
Mas não era assim que o autor do livro terminava a lenda.
Ele dizia que, quando Narciso morreu, vieram as deusas do bosque e viram o lago, que antes era de água doce, transformado num lago de lágrimas salgadas.
- Por que você chora? – perguntaram as deusas.
- Choro por Narciso – respondeu o lago.
- Ah, não nos espanta que você chore por Narciso – disseram elas. – Afinal de contas, apesar de sempre corrermos atrás dele pelo bosque, você era o único que contemplava de perto sua beleza.
- Mas Narciso era belo? – perguntou o lago.
- Quem melhor que você poderia saber disso? – disseram surpresas, as deusas – Afinal de contas, era nas suas margens que ele debruçava-se todos os dias para contemplar-se!
O lago ficou quieto por algum tempo. Por fim, disse:
- Choro por Narciso, mas jamais notei que Narciso era belo. Choro por­que, todas as vezes que ele se debruçava sobre minhas margens, eu podia ver ­no fundo dos seus olhos – a minha própria beleza refletida. ´Que bela história´, pensou o Alquimista”.

(o Alquimista – Paulo Coelho)


MEUS SECRETOS AMIGOS

Temos amigos que não sabem o quanto são nossos amigos. Não percebem o amor que lhes devotamos e a absoluta necessidade que temos deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade, e nós poderíamos suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os nossos amores, mas enlouqueceríamos se morressem todos os nossos amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são nossos amigos e o quanto nossas vidas dependem de suas existências... A alguns deles não procuramos, basta-nos saber que eles existem. Esta mera condição nos encorajam a seguir em frente pela vida.
Mas porque não os procuramos com assiduidade, não podemos lhes dizer o quanto gostamos deles. Eles não iriam acreditar! Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de nossos amigos.
Mas é delicioso que saibamos e sintamos que os adororamos, embora não declaremos e não os procuremos. E às vezes, quando nós os procuramos, notamos que eles não têm noção de como nos são necessários, de como são indispensáveis ao nosso equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que nós, tremulamente, construímos e se tornaram alicerces do nosso encanto pela vida. Se um deles morrer, nós ficamos tortos para um lado. Se todos eles morressem, nós, com certeza, desabaríamos!
Por isso é que sem que eles saibam, rezamos pelas vidas deles. E nos envergonhamos porque essa nossa prece é, em síntese, dirigida ao nosso bem estar. Ela é, talvez, fruto do nosso egoísmo.
Por vezes, mergulhamos em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajamos e ficamos diante de lugares maravilhosos, caí-nos algumas lágrimas, por não estarem juntos de nós, compartilhando daquele prazer... Se algumas coisas nos consomem e nos envelhecem é que a roda furiosa da vida não nos permite ter sempre ao nosso lado, morando conosco, andando conosco, falando conosco, vivendo conosco, todos os nossos amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são, verdadeiramente, nossos amigos! - “A gente não faz amigos, reconhece-os”.

(Crônica de: Garth Henrichs)



FRASE DO DIA

"Que nada de falso seja dito, nada de verdadei­ro seja omitido, nada de suspeito seja escrito e nada seja simulado". Cícero.

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