TEXTOS
MOTIVACIONAIS
NARCISO
E O LAGO
“O Alquimista pegou um
livro que alguém na caravana havia trazido. Enquanto folheava suas páginas,
encontrou uma história sobre Narciso.
O Alquimista conhecia
a lenda de Narciso, um rapaz que todos os dias se debruçava na margem de um
lago para contemplar sua beleza. Era tão fascinado por si mesmo que certa
manhã, caiu no lago e morreu afogado. No lugar onde caiu, surgiu uma flor, que
chamaram de Narciso.
Mas não era assim que
o autor do livro terminava a lenda.
Ele dizia que, quando
Narciso morreu, vieram as deusas do bosque e viram o lago, que antes era de
água doce, transformado num lago de lágrimas salgadas.
- Por que você chora? –
perguntaram as deusas.
- Choro por Narciso –
respondeu o lago.
- Ah, não nos espanta
que você chore por Narciso – disseram elas. – Afinal de contas, apesar de
sempre corrermos atrás dele pelo bosque, você era o único que contemplava de
perto sua beleza.
- Mas Narciso era
belo? – perguntou o lago.
- Quem melhor que você
poderia saber disso? – disseram surpresas, as deusas – Afinal de contas, era
nas suas margens que ele debruçava-se todos os dias para contemplar-se!
O lago ficou quieto
por algum tempo. Por fim, disse:
- Choro por Narciso,
mas jamais notei que Narciso era belo. Choro porque, todas as vezes que ele se
debruçava sobre minhas margens, eu podia ver no fundo dos seus olhos – a minha
própria beleza refletida. ´Que bela história´, pensou o Alquimista”.
(o
Alquimista – Paulo Coelho)
MEUS
SECRETOS AMIGOS
Temos amigos que não
sabem o quanto são nossos amigos. Não percebem o amor que lhes devotamos e a
absoluta necessidade que temos deles. A amizade é um sentimento mais nobre do
que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade, e nós
poderíamos suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os nossos
amores, mas enlouqueceríamos se morressem todos os nossos amigos!
Até mesmo aqueles que
não percebem o quanto são nossos amigos e o quanto nossas vidas dependem de
suas existências... A alguns deles não procuramos, basta-nos saber que eles
existem. Esta mera condição nos encorajam a seguir em frente pela vida.
Mas porque não os
procuramos com assiduidade, não podemos lhes dizer o quanto gostamos deles.
Eles não iriam acreditar! Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que
estão incluídos na sagrada relação de nossos amigos.
Mas é delicioso que
saibamos e sintamos que os adororamos, embora não declaremos e não os
procuremos. E às vezes, quando nós os procuramos, notamos que eles não têm
noção de como nos são necessários, de como são indispensáveis ao nosso
equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que nós, tremulamente,
construímos e se tornaram alicerces do nosso encanto pela vida. Se um deles
morrer, nós ficamos tortos para um lado. Se todos eles morressem, nós, com
certeza, desabaríamos!
Por isso é que sem
que eles saibam, rezamos pelas vidas deles. E nos envergonhamos porque essa
nossa prece é, em síntese, dirigida ao nosso bem estar. Ela é, talvez, fruto do
nosso egoísmo.
Por vezes, mergulhamos
em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajamos e ficamos diante de lugares
maravilhosos, caí-nos algumas lágrimas, por não estarem juntos de nós,
compartilhando daquele prazer... Se algumas coisas nos consomem e nos
envelhecem é que a roda furiosa da vida não nos permite ter sempre ao nosso
lado, morando conosco, andando conosco, falando conosco, vivendo conosco, todos
os nossos amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão
saber que são, verdadeiramente, nossos amigos! - “A gente não faz amigos,
reconhece-os”.
(Crônica de: Garth
Henrichs)
FRASE DO DIA
"Que nada de falso seja dito, nada de verdadeiro
seja omitido, nada de suspeito seja escrito e nada seja simulado". Cícero.
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